
Ciberataque provoca atrasos e cancelamentos em aeroportos europeus

Os aeroportos europeus de Heathrow-Londres, Berlim, Bruxelas e Dublin enfrentaram atrasos e cancelamentos de voos neste sábado (20), após ciberataques contra sistemas de check-in de passageiros e bagagens.
Longas filas de passageiros foram observadas nos aeroportos de Londres e Bruxelas, onde os painéis de informações exibiam avisos de atrasos.
“Tomamos conhecimento de uma disrupção relacionada com ciberataques em nosso software MUSE em certos aeroportos”, afirmou a empresa Collins Aerospace em um comunicado.
A empresa fornece serviços de registro em 170 aeroportos em todo o mundo.
O impacto “se limita ao check-in eletrônico de clientes e ao depósito de bagagens”, acrescentou a empresa, que não revelou detalhes sobre o tipo ou a origem do ciberataque.
O aeroporto de Bruxelas informou em seu site que o “ataque cibernético ocorreu na sexta-feira à noite”.
“Teve consequências importantes no programa de voos e, infelizmente, provocará atrasos e cancelamentos”, acrescentou.
“Os sistemas próprios do Aeroporto de Bruxelas, no entanto, não parecem afetados neste momento”.
Longas filas de passageiros se formaram diante dos balcões onde, segundo fontes aeroportuárias.
– Longa espera –
O Aeroporto de Heathrow, o mais importante de Londres, também registrava longas filas. O terminal afirmou que o problema “poderia provocar atrasos nas decolagens”.
Maria Casey, de Hampshire, no sul da Inglaterra, deveria viajar na manhã de sábado em um voo da Etihad com destino à Tailândia, com escala em Abu Dhabi, e disse que teve que enfrentar uma fila de três horas para conseguir despachar suas bagagens.
“Tiveram que escrever nossas etiquetas à mão”, declarou à agência britânica PA.
Heathrow aconselhou que os passageiros verifiquem a situação de seus voos com a companhia aérea e cheguem com muita antecedência para ter tempo de passar pelos procedimentos de registro.
O aeroporto de Berlim também relatou um “problema técnico com um fornecedor”, enquanto os de Dublin e Cork, na Irlanda, relataram “consequências menores”.
Eurocontrol, o organismo de supervisão do setor aéreo, afirmou que não há “nenhuma restrição de controle aéreo na rede europeia” devido ao incidente. O aeroporto de Bruxelas pediu às companhias aéreas para cancelarem suas decolagens até 2H00 GMT de segunda-feira (23h00 de Brasília, domingo).
Vários ataques cibernéticos e falhas digitais perturbaram o transporte aéreo nos últimos anos, porque o setor depende cada vez mais de sistemas digitalizados.
Em um relatório recente sobre a ameaça cibernética no setor aeronáutico, o grupo de defesa e tecnologia Thales contabilizou 27 ciberataques do tipo ransomware entre janeiro de 2024 e abril de 2025, o que representa um aumento de 600% em um ano. Os alvos foram companhias aéreas, aeroportos, sistemas de navegação e empresas terceirizadas.
“Das companhias aéreas e aeroportos até os sistemas de navegação e fornecedores, cada elo da cadeia é vulnerável a ataques”, advertiu o relatório publicado em junho.
Em julho, a companhia aérea australiana Qantas foi alvo de ataques de hackers que invadiram um sistema que abrigava dados sensíveis de seis milhões de clientes. Em dezembro de 2024, a companhia aérea Japan Airlines também foi atacada.
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