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Suíços querem menos programas sociais

Poucas pessoas vêem: sem-teto procura comida no lixo em Neuchâtel. Keystone

Segundo uma pesquisa de opinião, a maioria dos suíços seria favorável a uma redução dos programas de ajuda social, porém melhorando a política de apoio à família.

Sob o nome de “Perspectiva Suíça”, a pesquisa foi realizada através da Internet por um grupo de estudantes suíços. Os resultados não deixam de ser contestados.

Sessenta e um por cento das pessoas entrevistadas estimam que a assistência dada pelo Estado à família é muito fraca na Suíça, 73% apóiam a unificação dos programas de distribuição de renda para as famílias e 50% desejariam a criação da licença-paternidade.

Os suíços de língua francesa, as pessoas sem crianças e os solteiros são particularmente favoráveis a essa última opção.

Por outro lado, os entrevistados mostram menos generosos quando questionados sobre os programas sociais do país.

A grande maioria (96%) se pronunciou por uma renda mínima inferior a que é recomendada atualmente pela Conferência Suíça de Instituições de Ajuda Social, um órgão independente, responsável no país por estabelecer para todos os cantões os valores mínimos da ajuda social financeira dada para as pessoas necessitadas.

Oito pessoas de dez desejariam um controle reforçado dos programas sociais, para evitar os abusos. Ao mesmo tempo, 68% gostariam que os beneficentes da ajuda governamental retribuam em forma de trabalho para as comunas. Exemplos seriam hospitais, serviços públicos de limpeza e outros.

Esses são alguns dos resultados do “Perspectiva Suíça”, apresentado nessa semana pelos seus autores e que já está na sua segunda edição.

Perguntas por telefone

A iniciativa foi lançada em 2003 pela associação de estudantes “Vernunft Schweiz” (Bom Senso Suíço). Segundo seu presidente, Daniel Läubli, a pesquisa pode ser vista como um instrumento útil para os políticos, que avaliariam dessa forma o apoio popular às reformas necessárias.

De fato, 35 questões foram colocadas em linha entre 10 de outubro e 16 de dezembro levantando questões sobre um certo número de reformas nos setores da igualdade entre homens e mulheres, políticas regionais, familiares e sociais, além de questões relativas ao crescimento econômico. Cerca de 17 mil pessoas responderam.

Como era possível participar de forma anônima e repetida da pesquisa, 743 respostas suspeitas de manipulação foram descartadas, além das que foram entregues por pessoas com menos de 15 anos.

Segundo Daniel Läubli, a pesquisa foi representativa com uma exatidão estipulada de 3%. Ele, porém, reconhece que determinados grupos, como os suíços de língua francesa, estão sub-representados.

Resultados contestados

Para Matthias Kappeler, chefe do instituto de pesquisas Isopublic, representante suíço do grande grupo Gallup International, uma pesquisa realizada na Internet não pode ser considerada representativa.

Isso devido ao fato de que o acesso à rede mundial não existe para todas as pessoas. Exemplo: os jovens utilizam mais facilmente as novas tecnologias do que as pessoas de idade.

Para os membros os autores da pesquisa reconhecem seus limites. Porém eles ressaltam que critérios como formação, sexo, idade e local de residência foram levantados, para tornar os resultados um pouco mais abrangentes. O principal objetivo do trabalho é de informar as pessoas, de forma neutral e independente, sobre questões políticas atuais.

“Vernunft Schweiz” recebe o apoio de diversos representantes de partidos políticos como Doris Leuthard (PDC), Ueli Maurer (UDC), Fulvio Pelli (PRD) e Rudolf Strahm (Partido Socialista). Porém para o ano que vem, a União Democrática do Centro (UDC), um partido da direita.

swissinfo com agência

– “Perspectiva Suíça” é a pesquisa realizada sobre o futuro sócio-econômico do país.

– Cinco estudantes de direito e economia das Universidades de St. Gallen e Zurique, com idades entre 20 e 23 anos, trabalharam voluntariamente durante um ano para realizar o trabalho.

– O projeto “Perspectiva Suíça” foi iniciado pela associação estudantil “Vernunft Schweiz” (Bom Senso Suíço), fundada em 2003.

– Perspectiva Suíça é apoiada por políticos de diversos partidos como Doris Leuthard (PDC), Ueli Maurer (UDC), Fulvio Pelli (PRD) et Rudolf Strahm (Partido Socialista).

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