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Campanha contra AIDS comemora 20 anos

Imagem utilizada na campanha de prevenção e mobilização contra a AIDS em 1988. ©Bundesamt für Gesundheit

"Eu me chamo André Ratti, tenho 50 anos, sou homossexual e tenho AIDS": com essa frase era aberta na Suíça em 1985 a campanha pública sobre a HIV/Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida.

Agora uma exposição no Museu Nacional Suíço fala sobre os 20 anos de trabalho educativo sobre a AIDS.

“Ohne Dings kein Bums” é o genial lema da campanha de prevenção e mobilização contra a AIDS nos países de língua alemã. A expressão em alemão popular, que é quase intraduzível para o português, significa algo como “sem a coisa, nada de transa”.

A frase foi uma idéia do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Suíça, instituição que comemora 20 anos de atividade. Em homenagem, o Museu Nacional Suíço e o Ministério da Saúde organizaram uma exposição especial.

Ela aborda a história da doença na Suíça e mostra o tema é visto pela sociedade através de vários aspectos como o consumo de drogas, o trabalho de prevenção ou a “normalização” da doença graças às modernas formas de tratamento. Afinal, a AIDS nunca foi apenas um problema de saúde, mas também um debate social.

Debate público

A primeira vez que se falou do surgimento de uma misteriosa doença que estava se espalhando com grande velocidade nas comunidades de homossexuais e consumidores de drogas injetáveis foi no início dos anos 80 nos Estados Unidos e na Europa. Ela se tornou em 1983 conhecida através da sigla em inglês “AIDS”, que significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Acquired Immune Deficiency Syndrome).

Na Suíça a doença foi descoberta pela população quando o apresentador de televisão André Ratti comunicou em público que era homossexual e HIV positivo. Logo depois o Ministério da Saúde e o recém-fundado Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Suíça iniciavam um projeto de campanhas conjuntas, do qual Ratti foi seu primeiro presidente. Ele morreu em outubro de 1986.

O objetivo inicial das campanhas de prevenção era impedir a propagação da doença pela educação e combater a discriminação e isolamento das pessoas doentes. “Utilize o preservativo” era a mensagem central e “sexo seguro” a palavra de ordem.

Preservativo rosa no logotipo

O cartaz de 1988 mostra um casal – homem e mulher – ao lado de palmeiras. O ambiente é iluminado por um gigantesco sol rosa, na realidade um preservativo. Desde 1997 ele é o símbolo da campanha “Ohne Dings kein Bums”.

O debate público sobre a questão do sexo e a troca de parceiro é polêmica. Para os grupos mais conservadores, apenas a fidelidade é o meio mais eficaz de combater a AIDS. Outros mais liberais lembram que é preciso ser realista e aceitar as diversas formas de comportamento e maneira de ver a morar nos dias de hoje. A realidade é que se o número de novas infecções reduziu consideravelmente desde a metade dos anos noventa, a partir de 2001 elas começaram mais uma vez crescer.

Analistas vêem o problema como uma crença geral de que o problema está solucionado. Porém o fato é que a ciência ainda não ter encontrou uma cura para a AIDS. Essa falta de atenção deve-se às modernas formas de terapia e medicamentos, que têm prolongado em muitos anos a sobrevivência das pessoas doentes, também possibilitando uma vida normal.

Vídeos

A exposição no Museu Nacional Suíço documenta o tema “AIDS” na Suíça através de cartazes, vídeos e áudios utilizados em campanhas públicas no passado.

O material vem dos arquivos do Ministério da Saúde. No total, são mais de 13 mil itens, que incluem também camisetas, reportagens de jornal, entrevistas com especialistas e outros.

swissinfo e agências

A exposição “Ohne Dings kein Bums” pode ser visitada de 28 de outubro a 26 de fevereiro no Museu Nacional Suíço, Zurique.
Horários de abertura: terça (10:00 às 20:00)e quarta a domingo (10:30 às 17:00).
O livro sobre a exposição “Ohne Dings kein Bums: 20 anos de apoio à prevenção à AIDS na Suíça.

A exposição histórica intitulada “Ohne Dings kein Bums” no Museu Nacional Suíço fala sobre os últimos vinte anos de apoio à prevenção à AIDS na Suíça: a luta contra a discriminação, o início da prevenção, consumo de drogas, novas terapias e problemas atuais como a banalização e desinformação atual.

A exposição será também exibida em outras cidades da Suíça.

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