Duo anglo-suíço Banjo Circus conquista público português
A suíça Léa Rovero e o inglês Frank Powlesland apresentaram o “Crazy Poney Show” na 15ª edição do Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua, que decorreu nos dias 22 e 23 de Maio, em Santa Maria da Feira (norte de Portugal). A reacção do público não podia ter sido melhor. Houve até quem visse mais do que uma vez o espectáculo, que conjuga música com acrobacias e humor.
Esta foi a primeira vez que a dupla actuou junta em Portugal, mas Frank tinha apresentado há três semanas o espectáculo a solo “Franktastico” no Fazer a Festa – Festival Internacional de Teatro, que decorreu em três cidades do Grande Porto. Na próxima semana, ele e Léa apresentam, em Itália, outro espectáculo que têm em conjunto: “Popeye Olive Show”.
Foi um amigo de Frank e Léa, que actuou no Imaginarius “há alguns anos”, que lhes falou bem deste festival. O duo decidiu candidatar-se e foi seleccionado para integrar a programação deste ano, com três espectáculos diários nos dois dias do festival.
Imaginarius em números
250 artistas
19 países (Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Países Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, Sérvia, Suíça e Uruguai)
31 estreias
172 performances
43 shows/ intervenções
49 companhias/ projectos artísticos
9 residências artísticas
“Esperei 20 anos por um festival em Portugal e agora acabei por ter dois no mesmo mês.”, brinca Frank. Para Léa a performance no Imaginarius constitui a primeira actuação em Portugal e a actriz não podia estar mais contente: “É bom estar aqui. É muito agradável começar a temporada numa pequena e bonita cidade, com um clima tão bom. Trata-se de um grande evento, com uma programação muito internacional, com espectáculos muito bons. E é fantástico conhecer alguns novos artistas e reencontrar outros. Além disso, há cada vez mais gente a vir ver os espectáculos”.
Reacção entusiástica do público
swissinfo.ch assistiu ao “Crazy Poney Show” no sábado e encontrou repetentes entre o público. Gente que já tinha visto a actuação do Banjo Circus, mas que gostou tanto que voltou. “O público é muito bom e caloroso”, destaca Frank, que se encarrega da interacção com o público durante o espectáculo.
O artista inglês esforçou-se por falar a língua de Camões, com recurso a um auxiliar de memória e mesmo quando a pronunciação falhava, parecia cair ainda mais em graça: “Eles parecem entender, embora o meu português seja muito mau. Hoje estava um bocadinho cansado. Normalmente, tenho mais coisas para dizer em português, mas hoje esqueci-me de muita coisa, mas mesmo assim funcionou. O público também parece entender inglês, o que é fantástico”.
E a satisfação dos espectadores ficou bem expressa quando no final do espectáculo fizeram fila para colocar dinheiro nos bonés que Léa e Frank estenderam, ou para comprar o seu CD, respondendo assim ao apelo que os artistas tinham feito minutos antes, quando pediram ajuda para pagar as viagens que tiveram de comprar para poderem participar no festival.
Juntos desde 2011
O “Crazy Poney ShowLink externo” foi um espectáculo que a dupla anglo-suíça criou em 2011, quando começou a actuar junta, mas que tem vindo a aperfeiçoar, segundo Léa, sobretudo nos últimos dois anos: “Estamos sempre a aprender e a integrar coisas novas, a treinar novas acrobacias, para tornar o espectáculo cada vez mais diverso. Acho que é um espectáculo bastante original, porque temos um bom nível enquanto músicos e conseguimos conjugar a música com um pequeno espectáculo de circo… E não há muitos artistas a tocar música num espectáculo destes como nós fazemos. É a nossa especialidade, o que nos torna diferentes”. Esta diferença permite-lhes participar em mais festivais do que outros artistas que não combinam estas duas vertentes.
Os artistas do Banjo Circus residem na Suíça, onde Léa nasceu e cresceu e para onde Frank se mudou depois de a ter conhecido. “Gostamos de viver na Suíça, porque é muito central na Europa. Como viajamos por todo o mundo é muito fácil viajar a partir de lá”, vinca a artista, que se sente feliz por ter trabalho no país natal: “Penso que é muito importante ter a possibilidade de trabalhar no próprio país. É um país muito pequeno, que não tem tantos festivais de rua, em comparação com França, Itália, Alemanha, mas que ainda oferece muitas possibilidades”.
Quanto ao futuro, os dois artistas querem continuar o que têm vindo a fazer, porque está a correr bem. “Temos a música, temos o circo e diferentes projectos e só queremos ir aos melhores festivais do mundo, actuar em todos os grandes palcos… Não é pedir muito!”, conclui, entre risos partilhados com Léa, Frank Powlesland, que há 20 anos actua em todo o mundo.
Léa divide-se entre a actuação e a organização de eventos
Natural de Neuchâtel, Léa Rovero acabou os estudos de Música e Arte, na Universidade de Berna, há um ano e meio.
Viveu fora da Suíça quase um ano. O destino foi a Alemanha, onde estudou sobretudo a língua, mas também trabalhou como música.
Actualmente, além do projecto com o Frank, Léa está envolvida na organização de eventos, como um festival em Neuchâtel e La Fête de la Musique. “Acho que é uma boa combinação actuar e organizar eventos, porque é algo que está ligado. É bom perceber o trabalho das pessoas com quem trabalhamos todo o tempo, porque enquanto programadora eu encontro-me com músicos e sei o que é ser música, porque estou dos dois lados. É agradável poder experimentar ambos”, frisa.
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