Políticos pedem revogação de prêmio acadêmico suíço de Mussolini
Em janeiro de 1937, a Universidade de Lausanne (UNIL) concedeu a Benito Mussolini o título de doutor honoris causa. Um grupo de políticos de Vaud, na terça-feira, pediu a revogação do título acadêmico.
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Politicians call for Mussolini’s Swiss academic award to be revoked
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Mussolini recebeuLink externo o doutorado honoris causa da universidade “por ter concebido e realizado em sua terra natal uma organização social que enriqueceu a ciência sociológica e que deixará uma marca profunda na história”. O prêmio foi feito para coincidir com o 400º aniversário da universidade.
O título acadêmico suscitou críticas na época – e continua a suscitar.
Na terça-feira, um grupo de políticos de esquerda apresentou uma moção na Assembleia de Vaud pedindo que o título fosse oficialmente revogado. A questão vai ser discutida na próxima semana.
Estreitos laços com Vaud e Lausanne
A ligação de Mussolini com a Suíça data de 1902, quando ele viajou pela primeira vez para o país como um jovem professor desempregado à procura de trabalho. Ele ganhou a vida como operário e frequentou círculos socialistas, onde começou a ser notado como orador e jornalista.
Em Lausanne, foi preso por vagabundagem. O Cantão de Berna também o expulsou depois de incitar os trabalhadores italianos à greve. A polícia federal ficou de olho nele, considerando-o um perigoso agitador.
Em 1904 ele voltou para Lausanne, onde se matriculou na Faculdade de Ciências Sociais e Políticas da universidade. Mais tarde regressou a Itália em novembro daquele ano, graças a uma anistia que o impediu de ser sentenciado como “agitador”. Mussolini manteve laços estreitos com o cantão de Vaud e sua capital, e com alguns membros da comunidade italiana.
“Lamentável”.
A questão do doutorado honorífico é “lamentável” e cria “inquietação”, segundo o novo reitor da universidade, Frédéric Herman.
“Tudo o que gostaria de dizer é que os valores da UNIL são o oposto do fascismo. O que é importante é poder olhar para o seu passado. Como qualquer instituição, nós somos falíveis e, neste caso, falhamos”, disse ele à rádio pública suíça RTS.
Mas o reitor diz que retirar o prêmio postumamente é complicado. A universidade montou um grupo de especialistas internos para examinar a questão. Ele deve completar seu trabalho até a primavera para ter uma posição institucional clara, diz Herman.
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