Um recorde de 171 atletas representará a Suíça nos Jogos Olímpicos de Inverno em PyeongChang, que começa nessa sexta-feira. Mas apenas alguns conseguem ganhar a vida com seu esporte.
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Athletes get boost to their job prospects
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Eles precisam de um emprego e uma empresa disposta a ser flexível em relação às necessidades de treinamento e competição.
Curry Benoît Schwarz, medalhista de bronze no World Men’s Curling Championship no ano passado, está entre os que vão para a Coreia do Sul. Ele treina 25 horas por semana e se sente bem preparado, mas está atrasado no plano profissional, apesar de ter um diploma de Bacharelado.
“Quando me comparo aos meus colegas, temos o mesmo nível de formação, mas eu precisei de mais tempo por causa do esporte e agora estou envelhecendo. Meus colegas conseguiram uma melhor posição no mercado de trabalho”, conta Schwarz, de 26 anos.
Flexibilidade
Empregadores flexíveis são fundamentais. É por isso que a Associação Olímpica Suíça (Swiss Olympic) fundou, juntamente com a empresa de emprego Adecco Group, um novo rótulo: “empresas amigas do atleta”.
O programa, que foi lançado em 29 de janeiro, tem como objetivo conscientizar as empresas suíças sobre as habilidades e o potencial dos melhores atletas e ajudar esses esportistas a ganhar um emprego e experiência.
“Com os atletas, as empresas ganham funcionários que já estão acostumados a ser organizados, a planejar a longo prazo e a fornecer um desempenho, mas que também estão acostumados a perder e depois se recuperar disso. Eles também estão acostumados a correr riscos”, explica Roger Schnegg, diretor da Swiss Olympic.
O Grupo Adecco está coordenando o esquema, levando em consideração fatores como o lugar onde o atleta gostaria de trabalhar, mas também onde ele treina e mora, de modo que o emprego seja o mais prático possível.
Estágio
Schwarz é o primeiro a partcipar do programa. Ele iniciará um estágio na Swiss International Air Lines em 30 de março, depois que voltar de PyeongChang.
Christoph Ulrich, diretor de RH da Swiss, disse que o estágio de Schwarz é apenas o começo. “Gostaríamos de expandir nosso programa e oferecer mais estágios e, se possível, algumas posições permanentes como parte deste programa”, disse para o canal suíço SRF.
Além da Adecco e da Swiss, a Companhia Ferroviária Federal e a Dynoptic, um grupo de ópticas, também se inscreveram no rótulo das “empresas amigas do atleta”, diz Swiss Olympic.
Schwarz é um dos cinco atletas inscritos no rótulo, segundo Jost Hammer, responsável pelos atletas e o suporte de carreira na Swiss Olympic. Espera-se que o número chegue a dez em breve.
O novo rótulo, disse Hammer, ajudará a construir uma rede de empresas que oferecerá oportunidades para os esportistas que participam no programa de carreira de atletas da Swiss Olympic, que oferece ajuda na carreira dupla e nos estudos. “O rótulo é um compromisso claro com o esporte suíço”, garante.
Elite
Poucos são os atletas de elite na Suíça capazes de ganhar a vida com seu esporte. Um rendimento como o do tenista suíço Roger Federer – cerca de 60 milhões de francos em 2017, de acordo com a revista Forbes – é raro. Um estudo publicado em 2011 estimou que apenas 16% dos atletas de elite suíços ganharam mais de 70 mil por ano.
É por isso que os empregos que oferecem flexibilidade, levando em conta as longas horas de treinamento e a participação em competições, são tão importantes, dizem os especialistas. Os atletas também devem ter em mente o que eles farão depois do fim da carreira esportiva, quando chegam na casa dos seus trinta e poucos anos (a menos que você seja o Federer, é claro).
O conceito de carreira dupla é promovido pela União Europeia. Embora não existam estatísticas sobre como a Suíça se compara com outros países em termos de atletas de elite e carreiras, Hammer disse que na maioria dos países onde havia um programa para ajudar esportistas, os atletas conseguiram encontrar emprego. O novo rótulo para as empresas promovido pela Swiss Olympic é, a seu entender, um programa exclusivo para atletas de elite.
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