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Ministro suíço do Interior anuncia que não tentará se reeleger

Alain Berset an einer Pressekonferenz im Medienzentrum in Bern
Doze anos são o suficiente: Alain Berset não se apresentará mais para as eleições de ministros no final do ano. Keystone / Anthony Anex

Os rumores já existiam há muito tempo, agora é definitivo: o ministro suíço do Interior, Alain Berset, está se aposentando no final do ano após doze anos de participação no Conselho Federal, o gabinete de sete ministros que governa o país.

Depois de três legislaturas regulares, chegou a hora certa de se retirar, declarou hoje (21.06) Alain Berset durante uma coletiva circulem na capital federal há algum tempo.

O social-democrata do cantão de Friburgo é membro do governo federal desde 2012, sempre no comando da pasta do Interior. Embora seja atualmente o membro mais antigo do Conselho Federal, também é o mais jovem com seus 51 anos.

* Você sabia que Alain Berset já viveu no Brasil? Em 2009, quando era presidente do Senado Federal, foi entrevistado pelos jornalistas da swissinfo.ch

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Alain Berset em 2009

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Presidente do Senado foi marcado pelo Brasil

Este conteúdo foi publicado em Aos 38 anos, o presidente do Senado Alain Berset é um dos políticos mais influentes da Suíça. Formado em ciências políticas e doutorado em Economia, ele é um crítico contundente da intervenção do governo no UBS.

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Outra peculiaridade: de acordo com pesquisas de opinião, ele regularmente pertencia aos políticos mais populares do país, mas ao mesmo tempo enfrentava ataques massivos dos partidos de direita, especialmente durante a pandemia de Covid-19. Em conversas com a mídia, Berset sempre mencionou que os ataques dos oponentes afetavam ele e sua família, sendo que, por vezes, necessitava até proteção policial.

Leia aqui a nossa última entrevista com Alain Berset:

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Alain Berset Interview 1

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Presidente da Confederação: “Vivi momentos brutais”

Este conteúdo foi publicado em Já há dez anos no governo, Alain Berset assume junto com o Ministério do Interior o posto de presidente da Confederação Suíça. Entrevista realizada em Berna.

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Na coletiva, Berset também se referiu ao recente plebiscito sobre a Lei de Covid. Pela terceira vez, o eleitorado decidiu nas urnas a política executada pelo governo para combater a pandemia. E pela terceira vez, o eleitorado apoiou sua política. Declarando “ter cumprido sua missão”, o ministro revelou aos jornalistas presentes na coletiva que havia chegado o momento de renunciar.

Vários escândalos também fizeram de Berset uma figura controversa no país. Um relacionamento extraconjugal, um assessor direto como suspeito em possível escândalo de mídia criminalmente, um pouso forçado em um voo particular na França: ao contrário de outros membros do Conselho Federal, seu comportamento também fez manchetes – e nem sempre foi possível separar o posto no Conselho Federal das atividades privadas.

No final das contas, pouco ficou marcado: nenhum escândalo conseguiu tirá-lo do cargo, não importa o esforço feito pelos adversários. Quando questionado se os escândalos influenciaram sua decisão, Berset respondeu na coletiva de forma confiante: “Se vocês acham que isso me impressionou, se enganam.”

Perspectiva para as eleições

Em outubro a Suíça terá eleições para o Parlamento federal. Quando eleitos, deputados e senadores se reúnem também para eleger os membros do Conselho Federal. Há grandes expectativas em relação a ela.

A composição partidária do governo corresponde ao que se conhece na Suíça como “fórmula mágica”: os três maiores partidos (por representação no Parlamento) podem indicar, cada um, dois ministros; o quarto indica apenas um. Com exceção da SVP (Partido do Povo Suíça, na sigla em alemão), a agremiação política no país com o maior número de votos – e com uma base eleitoral estável – os outros grandes partidos – Partido Socialdemocrata (SP), Partido Liberal (FDP), Partido do Centro (CVP), Partido Verde (PV) e Partido Verde-Liberal (GLP) – o podem sofrer uma variação na sua base eleitoral, o que poderia afetar a composição do Conselho Federal.

Cada renúncia ao governo, a questão da sucessão entra no foco dos possíveis candidatos e interessados. Nesta seleção, o equilíbrio linguístico e regional, bem como a questão do gênero, serão levados em consideração. Devido à composição atual, é bastante certo que um homem da Suíça germanófona sucederá a Alain Berset no Conselho Federal.

Berna, Nova Iorque, Cox’s Bazar – momentos selecionados no trabalho de um membro do Conselho Federal…

Adaptação: Alexander Thoele

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