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Disparidade salarial continua enorme nas grandes empresas

A diferença entre os salários mais altos e mais baixos nos grandes grupos suíços continua abissal. A situação é denunciada pelo sindicato Unia, que acaba de publicar um estudo sobre as diferenças salariais.

Este conteúdo foi publicado em 14. junho 2019 minutos
O CEO do banco UBS, Sergio Ermotti, continua sendo o alto executivo mais bem pago da Suíça © Keystone / Georgios Kefalas

Em seu estudo, o sindicato analisou a remuneração nas 36 principais empresas suíças em 2018. A diferença salarial, revela o Unia, diminuiu ligeiramente de um rácio de 1 para 137 em 2017 para 1 para 134 no ano passado.

A maior diferença - de 1 para 267 - é encontrada no gigante bancário UBS. Seu chefe, Sergio Ermotti, o executivo mais bem pago do país, ganhou 13,9 milhões de francos em 2018, um pouco menos que no ano anterior (-0,6%). Em outras palavras, ele ganhou 7.700 francos por hora. "Dois meses como CEO do UBS vale até 50 anos de trabalho em uma casa de repouso", comenta o sindicato em seu estudo.


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Segundo o sindicato, o nível dos salários pagos aos diretores gerais (181 milhões de francos) e aos membros da direção das 36 empresas analisadas (quase um bilhão de francos) mostra que "a iniciativa contra os salários abusivos não resolveu o problema dos salários exorbitantes". Essa iniciativa popular, que visava limitar os salários dos altos executivos, foi aceita em votação em 2013.

O sindicato também critica a remuneração paga aos altos executivos das grandes empresas próximas ao Estado. O CEO da Swisscom (Telefonia), Urs Schaeppi, ganhou CHF 1,5 milhão, enquanto seus colegas da La Poste (Correios) Ulrich Urni e Andreas Meyer da CFF SBB (Transporte ferroviário) ganharam cerca de CHF 1,1 milhão e CHF 1 milhão, respectivamente.

Há três anos, Corrado Pardini, deputado federal socialista e membro do Conselho Executivo da Unia, apresentou uma moção pedindo um teto de 500 mil francos para os administradores de empresas das quais a Confederação (governo) é acionista majoritária. No entanto, a proposta foi rejeitada pelo próprio governo, que afirmou que "estabelecer tetos que dependem da função e do orçamento equivaleria a intervir demais na administração das empresas".

Mais dinheiro para os acionistas

No seu estudo, a Unia também analisou as diferenças entre os dividendos pagos aos acionistas e os montantes pagos a todos os colaboradores.

Três empresas pagaram mais dinheiro aos acionistas do que aos empregados. A Ems Chemie está no topo da lista, com 244 milhões em custos de pessoal e 432 milhões para os acionistas. A família Blocher, acionista majoritária da empresa, "ganhou 57,6 milhões a mais do que o total dos salários pagos aos 3.075 funcionários", diz o sindicato.

Outros grandes grupos, como a Nestlé e a Novartis, que no ano passado pagaram dividendos na ordem dos biliões e lançaram grandes programas de recompra de ações, anunciaram ao mesmo tempo o desmantelamento de 550 e mais de 2000 postos de trabalho, respectivamente.


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