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Ex-presidente do Parlamento ucraniano é morto a tiros

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O ex-presidente do Parlamento ucraniano Andriy Parubiy, um dos protagonistas dos protestos pró-europeus de 2014 no país, foi morto a tiros neste sábado (30) na cidade de Lviv, oeste da Ucrânia, e as autoridades anunciaram uma operação de busca do autor dos disparos.

“Um homem não identificado atirou várias vezes contra o político, matando Andriy Parubiy no local”, anunciou a Procuradoria-Geral ucraniana, que não revelou detalhes sobre as circunstâncias ou o motivo do assassinato.

O suspeito do crime fugiu e as autoridades iniciaram uma “operação especial” para determinar seu paradeiro, acrescentou a Procuradoria.

As autoridades também anunciaram a abertura de uma investigação oficial por homicídio.

Parubiy, 54 anos, foi presidente do Parlamento ucraniano de 2016 a 2019 e foi um dos protagonistas dos protestos pró-europeus na Ucrânia, primeiro na “Revolução Laranja” de 2004 e depois na “Revolução de Maidan” em 2014.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, lamentou o “assassinato horrível” e prometeu mobilizar “todas as forças e recursos necessários” para esclarecer o crime.

“Infelizmente, o crime foi planejado meticulosamente”, disse o presidente, sem apresentar mais detalhes. 

O chefe da inteligência militar ucraniana, Kirilo Budanov, afirmou no Telegram que o deputado foi “assassinado pelas balas do inimigo”, termo geralmente utilizado para designar a Rússia. 

Parubiy estava na lista de pessoas procuradas pelas autoridades russas. A lista inclui dezenas de milhares de nomes, incluindo muitas autoridades ucranianas e também personalidades russas ou ocidentais.

– “Patriota” –

A imprensa ucraniana publicou fotos da suposta cena do crime – cuja autenticidade ainda não foi comprovada -, que mostram um homem com o rosto ensanguentado no chão, em uma rua de Lviv, uma grande cidade do oeste da Ucrânia.

O suspeito estava vestido como entregador e usava uma bicicleta elétrica, informou a emissora pública Suspilne, que citou fontes que pediram anonimato. 

Parubiy foi uma figura conhecida no movimento pró-europeu de Maidan. Ele teve papel de “comandante” dos grupos de autodefesa durante as manifestações violentamente reprimidas pelo governo da época.

Os protestos, que exigiam uma aproximação da Europa e a independência do Kremlin, forçaram o presidente ucraniano pró-Rússia Viktor Yanukovych a abandonar o poder e fugir para a Rússia em 2014. 

No mesmo ano, após a fuga do presidente, Parubiy ocupou durante alguns meses o cargo de secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional. 

Na época da União Soviética, o político também militou pela independência da Ucrânia.

A primeira-ministra ucraniana, Yulia Sviridenko, prestou homenagem à memória de “um patriota, que fez uma grande contribuição para a formação do Estado”.

Parubiy “dedicou sua vida à luta pela independência da Ucrânia desde a juventude”, afirmou o atual presidente do Parlamento ucraniano, Ruslan Stefanchuk. 

“Foi um dos fundadores da Ucrânia moderna”, acrescentou a deputada Irina Gerashchenko. “Exigimos que encontrem o assassino”.

Outra figura importante do movimento Maidan, Mustafah Naiem, elogiou “o humanismo” de uma autoridade que lutou por “questões importantes”. 

O ex-presidente Petro Poroshenko afirmou que a morte de Parubiy é um “tiro no coração da Ucrânia” e denunciou um ato de terror.

bur-led/emp/rnr/hgs/fp

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