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Guatemala negocia com empresas dos EUA após cancelar compra de vacinas da Rússia

Funcionários do aeroporto e da sáude carregam lote de 50.000 vacinas russas Sputnik-V contra a covid-19, no Aeroporto Internacional Aurora, na Cidade da Guatemala afp_tickers

A Guatemala cancelou a compra da Rússia de metade das 16 milhões de doses de vacinas Sputnik V, devido ao atraso na entrega, e buscará comprar imunizantes das empresas americanas Johnson & Johnson, Moderna e Pfizer.

A ministra da Saúde Amelia Flores comentou nesta quarta-feira (28) que com a Rússia “nós garantimos um calendário de entregas mensais para cumprir este ano, até 31 de dezembro” a entrega do restante das oito milhões de doses da Sputnik V que já foram pagas.

A Guatemala pagou 79,6 milhões de dólares ao Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF) por oito milhões de doses da Sputnik V. No entanto, até o momento recebeu apenas 550.000.

A Guatemala contratou inicialmente a entrega de um total de 16 milhões de doses da vacina russa.

Esse atraso gerou fortes críticas ao governo do presidente Alejandro Giammattei e pedidos de investigação, enquanto o defensor público Jordán Rodas e dezenas de organizações sociais, educativas e humanitárias pediram publicamente a renúncia do presidente. Novos protestos contra ele estão convocados para quinta-feira.

Giammattei anunciou na terça-feira a renegociação do contrato com a Rússia, que inclui o cancelamento das oito milhões de doses.

“Por termos fechado esse compromisso [com a Rússia] este ano, estaremos investindo essa quantidade nas negociações que já estão sendo feitas” com outras empresas, disse.

Ele acrescentou que agora o governo negocia a compra de vacinas dos laboratórios Johnson & Johnson, Moderna e Pfizer.

A Guatemala recebeu quase seis milhões de doses, incluindo doações dos Estados Unidos, Índia, Israel e México, assim como compras sob o mecanismo Covax da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No entanto, sua campanha de vacinação está estagnada: apenas um milhão de pessoas estão completamente imunizadas, em uma população de 17 milhões de habitantes.

A Guatemala acumula mais de 355.000 casos e mais de 10.000 mortes por covid desde o início da pandemia.

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