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Justiça colombiana determina prisão domiciliar do ex-advogado de Álvaro Uribe

Em foto tirada em 8 de outubro de 2019, o ex-presidente colombiano (2002-2010) e senador Alvaro Uribe chega ao Palácio da Justiça para uma audiência no Supremo Tribunal de Justiça em um caso de violação de testemunha em Bogotá, Colômbia. afp_tickers

Um juiz da Colômbia decretou a prisão preventiva de Diego Cadena, antigo advogado do ex-presidente Álvaro Uribe, nesta quinta-feira (6). Ele é investigado por envolvimento em suposta manipulação de testemunhas em favor de Uribe, que está em prisão domiciliar desde terça-feira pelo mesmo caso.

“O gabinete considera que a medida de garantia apropriada, razoável e moderada que se faz consequente neste caso é a detenção preventiva em seu local de residência do cidadão Diego Cadena”, disse o juiz de controle de garantias durante uma audiência virtual.

O advogado está sob investigação por presentear e oferecer benefícios a ex-paramilitares, supostamente para convencê-los a falar em favor de Uribe, que governou o país entre 2002 e 2010.

Cadena, que já defendeu ex-chefes paramilitares e traficantes de drogas, terá que responder a uma investigação pelos crimes de suborno e fraude processual, puníveis em média com oito anos de prisão.

O agora senador Uribe, mentor do atual presidente Iván Duque, acabou envolvido em uma reviravolta inimaginável da justiça. Em 2012, ele apresentou uma queixa contra o senador de esquerda Iván Cepeda por uma suposta conspiração contra ele a partir de falsos testemunhos.

Mas o Supremo Tribunal se absteve de processar Cepeda e, em vez disso, decidiu abrir em 2018 uma investigação contra o ex-presidente com a mesma suspeita: manipular testemunhas contra seu oponente.

Uribe tentou manchar Cepeda – um de seus maiores adversários políticos e testemunha em seu julgamento – com a acusação de que ele havia contatado ex-paramilitares para envolvê-lo em atividades criminosas.

Na terça-feira, o tribunal decretou a prisão de Uribe enquanto decide se mais tarde o convoca para julgamento na qualidade de legislador.

O ex-presidente de 68 anos, que sempre afirmou ser inocente e tem forte apoio popular devido a sua política de armas contra guerrilheiros de esquerda, também pode responder por suborno e fraude processual.

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