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Kast promete recuperar ‘ordem e segurança’ no Chile ao concluir campanha do 2º turno

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O candidato de extrema direita à presidência do Chile, José Antonio Kast, prometeu nesta quinta-feira (11) “um choque de esperança” após anos de “caos, desordem e insegurança”, ao fechar sua campanha para o segundo turno cercado por um vidro blindado.

Amplo favorito nas pesquisas para enfrentar a candidata da esquerda Jeannette Jara no domingo, Kast escolheu a cidade de Temuco, no sul do país, para o último encontro com seus eleitores.

Cerca de cinco mil apoiadores se reuniram em uma praça da cidade, onde tremularam bandeiras chilenas e entoaram: “Estamos sentindo, Kast presidente!”

O candidato subiu ao palco ao lado dos colaboradores mais próximos de sua campanha eleitoral, e pronunciou seu discurso atrás de um vidro blindado.

“Este governo gerou caos, desordem e insegurança. E nós vamos fazer o contrário: vamos gerar ordem, segurança e confiança”, afirmou.

Embora o Chile seja um dos países mais seguros da região, o crime e a violência são a maior preocupação da população (63%), segundo uma pesquisa Ipsos de outubro. Junto com a imigração irregular, o tema domina a campanha eleitoral. 

Esta é a terceira vez que este advogado de 59 anos concorre à presidência.

Kast ficou em segundo lugar no primeiro turno de 16 de novembro, logo atrás de Jara. Mas todas as pesquisas antecipam sua vitória por ampla margem na decisão de 14 de dezembro.

“Em março [quando o novo governo deve tomar posse] haverá um choque de esperança”, prometeu o candidato.

– Bastião eleitoral –

Temuco é a capital da região de Araucanía, que fica cerca de 800 km ao sul de Santiago.

Concentra a grande maioria das comunidades mapuche, o maior grupo étnico do Chile, e registra ataques incendiários frequentes, atribuídos a grupos indígenas radicais que reivindicam terras ou a gangues que roubam madeira.

Um de seus eleitores no ato de campanha, o advogado Víctor Badilla, de 39 anos, garantiu que Kast “é a melhor opção” para o Chile devido à “insegurança”.

“As pessoas têm muitas necessidades. Economicamente, diminuiu consideravelmente a nossa qualidade de vida e eu acredito que [Kast] é a melhor opção que nossa região de Araucanía pode ter”, disse ele à AFP.

Em contrapartida, Marisol Mardones, de 53 anos, votará em Jara. “Penso que é a pessoa mais idônea para governar” e tem um programa que defende as pensões e “ajuda o povo”, indicou esta motorista de aplicativo de Temuco.

Jara é advogada y administradora pública. Uma de suas principais promessas é aumentar o salário-mínimo para quase 800 dólares (pouco mais de R$ 4.300), 250 dólares a mais que o atual.

Kast escolheu Temuco para o encerramento de sua campanha porque a região se tornou um bastião eleitoral do Partido Republicano. Elegeu um senador e dois deputados nas últimas eleições parlamentares.

Araucanía, segundo Kast, é uma região “assolada pelo medo, o terror e o vandalismo”.

“A grande maioria das pessoas da região quer paz, e é isso que nós vamos trazer”, acrescentou.

– Medo do crime organizado –

Quando terminou seu discurso, Kast saiu do cubículo blindado para fazer dezenas de ‘selfies’ com seus apoiadores.

Em seu programa de governo, o candidato promete combater o crime através da detenção e expulsão de quase 340 mil imigrantes em situação irregular que vivem no Chile. 

Sua proposta inclui erguer um muro na fronteira com a Bolívia, cavar uma fossa e posicionar três mil militares para deter a entrada de migrantes.

Se for eleito, será o presidente mais à direita desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet em 1990.

pa/lbc/nn/rpr

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