
Líder opositor deixa a prisão na Bolívia após três anos

O governador suspenso de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, um dos líderes da oposição na Bolívia, foi libertado na sexta-feira após quase três anos de prisão preventiva e anunciou que retomaria o poder da região mais rica do país.
O advogado e empresário, 46, que deverá cumprir prisão domiciliar, liderou em 2019 protestos violentos contra a reeleição do ex-presidente Evo Morales, que levaram à sua renúncia após uma acusação de fraude.
A partir deste “sábado vamos começar a trabalhar no governo e na segunda-feira teremos novos secretários”, disse em um discurso diante da sede do governo departamental, na cidade de Santa Cruz, diante de milhares de seus seguidores.
O líder de direita deixou a prisão de segurança máxima de Chonchocoro, em El Alto, agitando a bandeira de Santa Cruz, departamento mais rico da Bolívia. Em seguida, abraçou policiais na saída do local.
“Foi uma honra ficar preso por quase três anos pela luta do meu povo, pela liberdade e a democracia”, disse Camacho.
Durante o período em que passou detido, a administração foi liderada por seu vice-governador Mario Aguilera, um ex-aliado. Camacho o acusou várias vezes de traição e de conspirar com o partido Movimento Ao Socialismo (MAS) para derrubá-lo.
Esta semana, a Justiça, em quatro decisões distintas, reverteu as ordens de detenção cautelar contra Camacho.
A Suprema Corte ordenou que se verificasse se os prazos para a reclusão do líder opositor haviam vencido. Camacho estava preso desde dezembro de 2022, sem nenhuma sentença.
Além de um julgamento por suposto golpe de Estado, Camacho tem outros três casos pendentes: por promover uma greve, por compras públicas e por suspeita de nomeações irregulares de funcionários.
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