Eleições: os temas dominantes

A campanha eleitoral suíça foi dominada pela questão da acolhida aos estrangeiros e pelo desemprego. A "direita dura" priorizou assuntos de segurança e "abusos" do direito de asilo, agravado pela crise em Kosovo.

Os diferentes partidos políticos suíços deram particular enfoque na campanha eleitoral à política de asilo e ao desemprego. (A questão da adesão à União Européia por um país completamente isolado na Europa passou a segundo plano. Ela foi esvaziada com a negociação de acordos bilaterais em setores importantes – transportes, livre circulação de pessoas, agricultura, pesquisa, mercados públicos e obstáculos técnicos ao comércio).
Observadores têm destacado que a recente guerra em Kosovo incrementou uma “xenofobia latente” na Suíça, em particular contra os kosovares, muito numerosos no país. O “abuso do asilo” foi um tema muito explorado pela direita dura. O principal líder do Partido Popular Suíço (Schweizerische Volks Partei), Christoph Blocher, estima que “90 por cento dos requerentes de asilo não são verdadeiros refugiados. E entre eles há muito criminosos”. Essas “derrapagens blocherianas” acabaram dominando a campanha eleitoral. Deu muito que falar por exemplo um cartaz representando a bandeira suíça sendo traspassada por um refugiado com cara de criminoso.
Alguns observadores se surpreendem com o fato de temas como o da fiscalidade e da saúde pública de custos exorbitantes não terem tido impacto sobre os eleitores. Mas a questão dos “asilados” e do desemprego continuam sendo as preocupações principais do suíço. No que diz respeito ao desemprego, uma conjuntura econômica mais favorável tende a esvaziar essa preocupação.