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Expatriados na Suíça relatam paisagens quentes e locais frios

Igloo in Obwalden
Como ser ao mesmo tempo frio e sociável: jantar em um iglu, como este chique na Suíça central Keystone

A Suíça é o 38º melhor país para se viver como expatriado, de acordo com uma pesquisa anual. Apesar de ter subido seis posições em relação ao ano passado, as rolhas de champanhe ainda vão levar um tempo para estourar. 

Vamos começar pelo lado positivo. Pelo sexto ano consecutivo, a Suíça está entre os dez principais países em termos de qualidade de vida (5º de 64 países), revelou nesta quinta-feira a pesquisa InterNationsLink externo Expat Insider 2019. 

gráfico
Kai Reusser / swissinfo.ch

A pesquisa revelou que quase todos os expatriados (96%) estão satisfeitos com a sua segurança pessoal (em comparação com 81% no mundo) e 75% até dizem que é muito boa (48% no mundo). Apenas 1% considera o país perigoso (10% no mundo).

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A estabilidade política também é uma vantagem, com 93% dos entrevistados dizendo que estão felizes (61% no mundo). Esta situação é muito favorável em comparação com a Grã-Bretanha, que caiu 14 lugares em termos de estabilidade política em meio à incerteza do Brexit, agora em 57º lugar entre 64 para este fator. No geral, o Reino Unido está em 58º lugar, logo atrás da Grécia e da Rússia.

Vencedores e perdedores 2019

Os melhores destinos para expatriados:
1. Taiwan
2. Vietnã
3. Portugal
4. México
5. Espanha 

Os piores destinos de expatriados:
60. Turquia
61. Brasil
62. Nigéria
63. Itália
64. Kuwait

A Suíça também se sai muito bem, ficando em segundo lugar, pela qualidade de seu meio ambiente, com menos de 0,5% de classificação negativa, em comparação com 20% no mundo. 

“É simplesmente incrível ter esses belos locais naturais tão perto da cidade”, diz um expatriado espanhol. 

Lado negativo 

No entanto, a qualidade de vida da Suíça tem um custo: em 2019, a Suíça ocupa a 62ª posição no Índice do Custo de Vida, à frente apenas da Dinamarca e de Hong Kong. A acessibilidade dos preços dos cuidados de saúde (61º) e dos cuidados infantis (35º em 36) também são questões importantes para os expatriados.  

Tal como nos anos anteriores, os expatriados continuam a queixar-se de que têm dificuldade em se estabelecer (59º em 2019). Assim, pela sexta vez consecutiva, a Suíça está entre os dez últimos no quesito. 

+ Como fazer amizade com um suíço

Os expatriados custam se sentir em casa (58º) e encontrar amigos (61º), segundo o estudo. Quase três em cada dez (28%) consideram os suíços geralmente antipáticos (16% no mundo) e 34% não se sentem em casa na cultura local (23% no mundo). Quase um em cada cinco (17%) acha que nunca se sentirá em casa na Suíça. 

Sair e conhecer pessoas

Mas apesar dessas estatísticas sombrias, a maioria dos expatriados não considera os suíços antipáticos e sentem-se em casa. 

O empresário e escritor britânico Richard Williams, que vive na Suíça desde 2004, disse para swissinfo.ch que você só leva da Suíça o que você coloca nela. 

“Ponha os pés na terra. Aprecie a beleza do país. Basta sair e conhecer pessoas – é muito simples”, disse.  

“As coisas funcionam aqui! Os trens chegam na hora – é impressionante! Não deveria haver muita reclamação se você vem aqui como expatriado. É provavelmente culpa sua se você tem algum problema porque não poderia haver um país mais fácil para se viver!”

Expat Insider 2019

A pesquisa “Internations Expat Insider 2019” visa todos os tipos de expatriados: funcionários estrangeiros (“expatriados” no sentido clássico de empregados em missão corporativa) e pessoas que vivem e trabalham no exterior por vários outros motivos, membros da rede InterNations e expatriados em geral. 

Um total de 20.259 expatriados participaram, representando 182 nacionalidades residentes em 187 países ou territórios. 

Os principais índices são: qualidade de vida, facilidade em se estabelecer, trabalho no exterior, vida familiar, finanças pessoais e custo de vida.

Para um país ser incluído nos índices e, consequentemente, no ranking geral, é necessário um tamanho de amostra de pelo menos 75 participantes da pesquisa por destino. A única exceção é o quesito vida familiar, em que foi necessária uma amostra de pelo menos 40 pesquisados vivendo com crianças no estrangeiro.

(Fonte: InterNations)


Adaptação: Fernando Hirschy

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