
Zelensky alerta que ser membro da Otan não garantiria segurança da Ucrânia

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, pôs em dúvida, nesta quarta-feira (24), a capacidade da Otan de garantir a segurança de seu país diante da ofensiva russa, mas elogiou seu contraparte americano, Donald Trump, por dizer na véspera que a Rússia pode ser derrotada.
As palavras do presidente americano representam uma guinada de 180 graus em seu posicionamento sobre o conflito. Trump até agora havia se mostrado crítico em relação a Zelensky e próximo ao líder russo, Vladimir Putin, com quem se reuniu para tentar pôr fim à invasão da Ucrânia, o que surpreendeu seus aliados.
“Devido ao fato de que as instituições internacionais são muito fracas, essa loucura continua. Mesmo fazer parte da aliança militar de longa data não significa automaticamente estar protegido”, declarou Zelensky na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
O líder ucraniano dedicou palavras de agradecimento e elogios a Trump, com quem se reuniu na véspera. “Tivemos uma boa reunião com o presidente Trump, e também conversei com muitos outros líderes fortes, e juntos podemos mudar muitas coisas”, afirmou.
“É claro, estamos fazendo tudo o possível para assegurar que a Europa ajude e, é claro, contamos com os Estados Unidos”, afirmou o líder ucraniano.
Na terça-feira, o presidente americano sugeriu que Kiev pode recuperar todo o território controlado por Moscou e “inclusive ir além” com o apoio da União Europeia e da Otan.
Após esta reviravolta do republicano, os máximos representantes diplomáticos dos Estados Unidos e da Rússia, se reuniram em Nova York nesta quarta-feira.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, não deram declarações após o encontro, o de mais alto nível entre os dois países desde que Trump convidou o presidente russo, Vladimir Putin, ao Alasca em 15 de agosto.
Zelensky também advertiu, nesta quarta-feira, para o perigo que representaria para a Europa perder influência sobre a Moldávia a favor da Rússia, o que já aconteceu com Belarus e Geórgia.
“A Rússia está tentando fazer com a Moldávia o que o Irã fez anteriormente com o Líbano, e a resposta global, mais uma vez, não é suficiente. Já perdemos a Geórgia na Europa… E, durante muitos, muitos anos, Belarus também tem avançado rumo à dependência da Rússia. A Europa não pode se permitir perder a Moldávia também”, afirmou o líder ucraniano.
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