A ONG britânica Oxfam pediu ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta terça-feira (25) que "aja o mais rápido possível para normalizar as relações com Cuba" e suspenda o embargo, em um momento em que a ilha atravessa sua pior crise econômica em 30 anos.

“Hoje, diante de uma crise de saúde, a Oxfam considera ainda mais urgente mudar esta política”, declarou a diretora da Oxfam Cuba, Elena Gentili, em entrevista coletiva por ocasião da publicação do relatório da ONG “O direito de viver sem bloqueio”.

Neste relatório, a Oxfam analisa as consequências para a população, em particular para as mulheres, do bloqueio em vigor desde 1962 e reforçado pelo governo do republicano Donald Trump, que denunciou as violações dos direitos humanos na ilha e o apoio de Nicolás Maduro ao governo de Havana.

“A administração Trump impôs mais de 240 sanções, 55 das quais foram aplicadas durante a pandemia”, justificou Gentili.

A economia cubana, já enfraquecida por essas medidas, ruiu com a pandemia do coronavírus, que a privou de preciosas receitas provenientes do turismo. Em 2020, o PIB caiu 11%, sua pior queda desde 1993.

A ONG também pede em seu relatório ao governo cubano que "continue implementando as transformações promovidas desde a aprovação da nova Constituição em 2019, com o objetivo de garantir os direitos humanos, a justiça social", bem como a "liberdade, solidariedade, o bem-estar e a prosperidade individual e coletiva".

Após uma reaproximação histórica no final de 2014 sob o governo do democrata Barack Obama, as relações diplomáticas entre os dois países estão agora em seu ponto mais baixo.

O governo cubano lamentou na semana passada que Joe Biden "não se moveu um centímetro" em relação a Cuba desde que chegou à Casa Branca e não reverteu as sanções impostas por Donald Trump.