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Presidente de Bolívia acusa Morales de gerar violência para voltar ao poder

A presidente interina boliviana, Jeanine Áñez, acusa Morales de gerar violência para voltar ao poder. Foto de em 11 de junho de 2020, após uma procissão de Corpus Christi em frente ao palácio do governo em La Paz, em meio à pandemia de coronavírus. afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 18. junho 2020 - 19:55 minutos
(AFP)

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, acusou Evo Morales "e seus plantadores de coca" nesta quinta-feira (18) de gerar violência para retornar ao poder. O ex-presidente denunciou que o governo de direita treina militares para reprimir movimentos sociais.

Áñez, que assumiu a presidência em novembro após a renúncia de Morales, falou durante um ato policial, em um momento em que é pressionada pelo Congresso e pelo órgão eleitoral a promulgar a lei para convocar eleições em 6 de setembro.

"Evo e seus plantadores de coca estão tentando voltar ao poder", disse Áñez, acrescentando que o Movimento pelo Socialismo (MAS) de Morales propõe "o caminho da divisão e da violência entre os bolivianos, como fizeram por 14 anos" de governo ( 2006-2019).

O governo interino de direita acusa o MAS de estar por trás da destruição de antenas de telecomunicações em uma área rural por moradores que acreditavam que se tratava de tecnologia 5G, associada equivocadamente à transmissão do novo coronavírus por teorias da conspiração.

"De outro lado, há o caminho que o governo e a grande maioria dos bolivianos desejam, o caminho da unidade, dos benefícios, da reativação da economia, dos cuidados com a saúde, a ordem, a democracia e a lei" , disse Áñez.

De seu refúgio na Argentina, Morales tuitou que "soldados patrióticos e institucionalistas relatam a circulação de uma mensagem criptografada em 06/06/20 com instruções para realizar práticas de tiro e preparação antiterrorista".

"É o retorno da Doutrina de Segurança Nacional dos EUA que vê o 'inimigo' nos movimentos sociais", acrescentou o ex-presidente e líder dos plantadores de coca em Chapare, região de Cochabamba (centro) que o viu emergir como dirigente.

Afirmando que "a saúde está em primeiro lugar", Áñez se recusa a promulgar a convocatória para eleições e propôs na terça-feira "adiar possivelmente por um ou dois meses" as votações.

A lei que define as eleições gerais para 6 de setembro foi aprovada após um acordo entre o MAS, que controla a maioria em ambas as casas do Congresso, o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), o candidato centrista Carlos Mesa e outras forças menores.

A presidente do Senado, Eva Copa, do MAS, escreveu uma carta a Áñez na quarta-feira pedindo que "cumprisse o único mandato que lhe foi confiado" e "viabilizasse as eleições".

"Precisamos de um governo legítimo com a confiança do voto popular para enfrentar a crise política, de saúde, econômica e social que estamos sofrendo", acrescentou.

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