Navigation

Suposto testa-de-ferro de Maduro teria operado com políticos de Colômbia e Equador

Manifestação de apoio ao colombiano Alex Saab, um empresário próximo ao governo da Venezuela, em Caracas, 17 de outubro de 2021, no dia seguinte à sua extradição do Cabo Verde aos EUA afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 11. janeiro 2022 - 23:25 minutos
(AFP)

O colombiano Alex Saab, suposto testa-de-ferro do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, liderou uma "operação transnacional de lavagem de dinheiro", que envolve políticos de Venezuela, Equador e Colômbia, afirmaram congressistas equatorianos em uma investigação compartilhada com Bogotá.

Fernando Villavicencio, presidente da comissão de fiscalização do Congresso do Equador, viajou a Bogotá e entregou nesta terça-feira ao presidente Iván Duque um relatório de 125 páginas sobre a suposta trama de corrupção orquestrada por Saab, que está detido nos Estados Unidos.

A comissão "nos fez uma exposição clara, detalhada, certeira", que atinge "pessoas próximas a governos de vários países, incluindo o regime ditatorial da Venezuela, governos anteriores no caso do Equador, e também políticos colombianos e pessoas que têm estado vinculadas à contratação estatal", declarou Duque sem identificar os envolvidos.

Saab, de 49 anos, foi detido em junho de 2020 durante uma escala em Cabo Verde e extraditado em outubro a pedido da justiça americana, que o considera um testa-de-ferro de Maduro.

O congressista Villavicencio, opositor do ex-presidente equatoriano Rafael Correa, disse ter "uma prova irrefutável" sobre uma viagem da ex-senadora colombiana Piedad Córdoba em um avião particular de Saab.

"Há evidência suficiente que põe a senhora Piedad Córdoba em uma relação próxima com Alex Saab e o palácio de Miraflores, refiro-me ao governo chavista", detalhou Villavicencio.

Córdoba negou as acusações no Twitter: "Preparo processo judicial contra esse miserável", advertiu.

A procuradoria americana considera que Saab e seu sócio, o foragido colombiano Álvaro Pulido, receberam cerca de 350 milhões de dólares, obtidos ilegalmente na Venezuela para lavá-los nos Estados Unidos.

Segundo a acusação, foi criada uma rede de propinas por meio de um contrato assinado com o governo venezuelano em novembro de 2011 para construir moradias destinadas a pessoas de baixa renda.

"Também se estabelecem vínculos com empresários que se prestaram a ter operações como testa-de-ferro e lavagem de dinheiro e foram receptores de fraudes fiscais em vários países através de contas registradas em paraísos fiscais", acrescentou Duque.

Segundo a exposição de Villavicencio, a fraude nas reservas monetárias do Equador foi de 2,697 bilhões de dólares.

Saab é acusado de conspiração para lavar dinheiro, crime passível de punição com até 20 anos de prisão nos Estados Unidos. O empresário se declara inocente dos crimes atribuídos a ele.

Sua extradição irritou o governo de Maduro, que deu a nacionalidade venezuelana ao colombiano e título de embaixador, ao mesmo tempo em que lutou sem sucesso para evitar que fosse levado aos Estados Unidos.

Partilhar este artigo

Modificar sua senha

Você quer realmente deletar seu perfil?