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Venezuela começa a aplicar vacina russa Sputnik V em seu pessoal de saúde

Trabalhadores do aeroporto Simón Bolívar de La Guaira descarregam um lote de vacinas Sputnik V, em 13 de fevereiro de 2021 afp_tickers

As autoridades venezuelanas começaram a fornecer na quinta-feira (18) a primeira dose da vacina russa contra a covid-19, a Sputnik V, aos profissionais de saúde do país e estabeleceram a meta de imunizar 70% da população até o final do ano.

Glendys Rivero, uma médica cirurgiã de 37 anos de Los Teques, Miranda, foi a primeira venezuelana a receber a vacina.

O país sul-americano recebeu 100 mil doses da Sputnik V no sábado, das 10 milhões que encomendou.

“Estamos iniciando esta primeira fase de imunização com o pé direito, nesta luta contra a pandemia e pela defesa da saúde do povo”, escreveu no Twitter o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

As primeiras vacinas foram aplicadas nesta quinta nos estados de La Guaira e Miranda, além da capital Caracas, onde está prevista a imunização de 11 mil profissionais de saúde. Eles terão que esperar 21 dias para receber a segunda dose.

A televisão estatal VTV mostrou imagens de outros médicos e enfermeiras que receberam a vacina russa em três hospitais públicos do país.

“Essa etapa, que levará duas semanas, se estenderá a todo o território nacional”, disse a vice-presidente Delcy Rodríguez na cerimônia oficial de lançamento do plano de vacinação.

A primeira fase inclui também policiais e militares, bem como deputados do Parlamento da maioria chavista e outras autoridades.

Os idosos, entre a população mais vulnerável, não foram mencionados no plano anunciado quarta-feira por Maduro, que prevê a vacinação em massa até abril.

O ministro da Saúde, Carlos Alvarado, estimou, por sua vez que até o final de 2021 se espera alcançar “70% de imunização da população venezuelana, que é a meta de vacinação que temos para conseguir uma possível imunidade de rebanho e dar a estocada a esta pandemia”.

– “Combinação” de vacinas –

O país, que participou dos ensaios clínicos da Sputnik V, investiu 200 milhões de dólares nas 10 milhões de doses “que devem chegar durante este quadrimestre de forma progressiva”, informou Maduro nesta quarta.

A Venezuela também está entre os 37 países da América Latina e Caribe que receberão vacinas anticovid por meio do sistema Covax, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para garantir a distribuição equitativa dos imunizantes contra o coronavírus pelo mundo.

O órgão regional da OMS, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), pediu à Venezuela um adiantamento de 18 milhões de dólares para garantir uma reserva de 1,4 a 2,4 milhões de doses de AstraZeneca, no âmbito do Covax.

O governo de Maduro negocia para ter acesso a recursos no exterior que estão bloqueados e cujo controle está nas mãos do líder oposicionista Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por cinquenta países.

Maduro evocou a possibilidade de obter uma “combinação” de vacinas, incluindo chinesa e cubana, esta ainda em fase de testes.

Com quase 30 milhões de habitantes, a Venezuela tem 134.319 casos confirmados e 1.297 mortes por covid-19, segundo dados oficiais, questionados por organizações como a Human Rights Watch.

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