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Quem estará no WEF em Davos em 2024?

Ukraine president
Espera-se que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky faça sua primeira aparição pessoal na reunião anual do WEF em Davos desde que a guerra na Ucrânia começou em 2022. © Keystone / Laurent Gillieron

A lista de convidados para o 54º Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos inclui chefes de Estado e executivos de multinacionais, ansiosos por examinar os desafios além da pandemia e dos problemas econômicos dos últimos três anos.

No entanto, com conflitos em curso em várias partes do mundo, muitos participantes estarão focados em questões geopolíticas urgentes. O evento ocorre de 15 a 19 de janeiro.

No entanto, com as guerras em Gaza e na Ucrânia dominando as manchetes, a atenção estará voltada para os principais líderes políticos presentes em Davos. Dos 2.800 participantes vindos de 120 países, 60 são chefes de estado ou governo, e 40 são chanceleres. Os organizadores do WEFLink externo afirmaram que a reunião ocorre “no cenário geopolítico e geoeconômico mais complexo das últimas décadas”.

Plano de paz

A Ucrânia será representada por uma delegação substancial, incluindo o presidente Zelensky, que participará de Davos pela primeira vez desde o início do conflito. Hoje, um dia antes do início oficial da reunião, cerca de 70 conselheiros de segurança nacional se reunirão para discussões organizadas pelos governos ucraniano e suíço sobre um plano de paz.

Ainda não se sabe até que ponto as negociações de paz podem progredir em Davos. Após a invasão russa da Ucrânia em 2022, o WEF desconvidou e se distanciou de representantes da Rússia, muitos dos quais eram participantes regulares do evento. De acordo com a última lista de participantes, nenhum delegado ou empresa russa oficial participará.

O evento em Davos também tentará desempenhar um papel diplomático no Oriente Médio. “Uma das principais prioridades é evitar uma escalada ainda maior e também considerar o que acontecerá a seguir, porque precisamos injetar alguns elementos positivos”, afirmou Børge Brende, presidente do WEF, durante uma coletiva de imprensa em 9 de janeiro. O presidente israelense Isaac Herzog está na lista de convidados, assim como o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, e os primeiros-ministros da Jordânia, do Catar e do Iraque.

De acordo com a reunião anual anterior do WEF, os Estados Unidos e a China estão enviando delegações de alto nível, mas não seus presidentes. O primeiro-ministro chinês Li Qiang está na lista de convidados, sendo o político chinês mais importante a comparecer desde a vinda do presidente Xi Jinping em 2017.

O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o Conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, devem estar presentes. O recém-eleito presidente argentino, Javier Milei, também fará sua primeira aparição importante em uma conferência internacional.

Abertura da Suíça

A ministra suíça da Defesa, Viola Amherd, que detém a presidência rotativa da Suíça em 2024, manterá a tradição fazendo o discurso de boas-vindas. O presidente francês Emmanuel Macron também deve discursar sobre o papel da França no futuro da Europa. Os primeiros-ministros da Bélgica, Holanda e Grécia, juntamente com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também estarão presentes.

Com eleições programadas em mais de 50 países em 2024, incluindo os EUA e a Índia, espera-se que haja um foco significativo na política. A Índia está organizando três encontros sob o lema “seu parceiro para o crescimento”. No entanto, o que provavelmente dominará as discussões no Centro de Congressos é a preocupação com a disseminação de informações errôneas e desinformações, que alimentam a agitação social e ameaçam a democracia.

Assim como nas edições anteriores, as empresas desempenham um papel de destaque no WEF e buscarão injetar otimismo após crises urgentes, como a pandemia e a inflação, terem dominado as discussões em Davos no ano passado. Entre os 1.800 participantes do setor empresarial, estão cerca de 800 diretores-executivos ou presidentes de conselhos de administração de grandes empresas, incluindo Vas Narasimhan (Novartis), Marc Benioff (Salesforce) e Mark Schneider (Nestlé).

O diretor-executivo do banco UBS, Sergio Ermotti, participará de uma sessão sobre a preparação dos bancos para o futuro, uma discussão oportuna menos de um ano após a aquisição do Credit Suisse pelo UBS em um acordo orquestrado pelo governo suíço.

No entanto, os executivos que provavelmente atrairão mais atenção em Davos são os fundadores de start-ups e pioneiros da tecnologia da inteligência artificial (IA) como Sam Altman (fundador da OpenAI), Andrew Ng (DeepLearning.AI) e Jack Hidary (SandboxAQ).

Há pelo menos 25 sessões que tratam da ética e das perspectivas da IA, além de vários eventos paralelos, incluindo a AI House DavosLink externo, patrocinada por vários grupos suíços, que faz sua estreia no Promenade.

América Latina e Ásia

A edição de 2024 também apresenta um número recorde de representantes da América Latina e uma presença significativa de empresas asiáticas, refletindo as tendências econômicas globais de “mudança e reequilíbrio”, de acordo com os organizadores do WEF. Espera-se que executivos de empresas chinesas como Foxconn, Hisense e Huawei estejam presentes.

Grupos da sociedade civil espalhados pelos corredores do centro de congressos tentarão lembrar aos participantes que os ganhos econômicos e tecnológicos não estão sendo compartilhados igualmente e que muitos dos choques atuais estão exacerbando as divisões.

David Miliband (presidente do Comitê Internacional de Resgate), Luc Triangle (secretário geral da Confederação Sindical Internacional) e Tirana Hassan (diretora executiva da ONG Human Rights Watch) esperam participar dos debates em Davos.

O evento também conta com a presença de pesquisadores e artistas, dentre eles dançarino Yaman Okur, o oceanógrafo Mattie Rodrigue e a estilista Diane von Furstenberg.

Edição: Virginie Mangin

Adaptação: Alexander Thoele

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