Os 'urubus' ("vultures" no jargão em inglês) estão se movimentando para abocanhar private banks suíços, e seus clientes ricos, em situação vulnerável.
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O cenário dos private banks da Suíça tende a encolher ainda mais, com um terço dos bancos lutando para fazer face às condições adversas. Um exame de saúde anual do setor previu que os pequenos bancos poderiam ser "levados à extinção".
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Escrevo sobre a rápida evolução da tecnologia de inteligência artificial e seus possíveis impactos na sociedade.
Natural da Inglaterra, passei algum tempo na BBC em Londres antes de me mudar para a Suíça para ingressar na SWI swissinfo.ch.
Um estudo de 87 bancos privados realizado pela consultoria KPMG e pela Universidade de St Gallen diz que, em 2018, 34% tinham um desempenho “fraco”. Isso representa um aumento de 50% em relação a 2017. Mais da metade dessa categoria operou com prejuízo no ano passado, diz o relatório.
Private banking é um tipo de serviço bancário e financeiro prestado pelos bancos a particulares de elevado patrimônio líquido e que possuem enormes quantidades de ativos. Neste sentido, o termo ‘privado’ refere-se ao serviço de atendimento particular oferecido a estes indivíduos.
O número de instituições “de alta performance” caiu de 26 bancos em 2017 para 19 este ano, e é dominado por players maiores com pelo menos CHF 25 bilhões ($25,5 bilhões) de ativos de clientes sob gestão (AuM).
A morte do sigilo bancário há cinco anos viu o fim da prática de abrigar bilhões em ativos offshore não declarados em cofres de bancos suíços. Desde então, muitos gestores de fortunas têm lutado para encontrar um modelo de negócio para substituir essa velha ‘galinha dos ovos de ouro’.
Eles não foram em nada ajudados por um ambiente marcado pelo aumento de custos regulatórios, taxas de juros mínimas e crescente agitação política e econômica em todo o mundo – apresentando uma ‘tempestade perfeita’ contra seus negócios.
Isso explica porque o número de bancos privados na Suíça caiu de 163 em 2010 para 101 no início de 2019. Até o final deste ano, a KPMG prevê que o número cairá para abaixo de 100. Há uma “alta probabilidade de que um número significativo de bancos sairá do mercado nos próximos anos”, diz a KPMG.
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Um dos maiores problemas enfrentados pelos pequenos bancos é que eles não têm condições de ter uma presença física no exterior, especialmente em mercados em crescimento como a Ásia. Isso torna mais difícil atrair novos clientes e sua riqueza.
Muitos bancos também estão lutando para manter o controle sobre o custo de gestão de seus negócios, como evidenciado pelo benchmark da relação custo-benefício. Isso mede a porcentagem da renda anual que é consumida pelas despesas de pessoal, regulatórias e outras.
Os custos consumiram um recorde de 87,2% da receita em média para os pequenos bancos (aqueles com menos de CHF 5 bilhões de AuM), deixando-os com uma frágil margem de lucro de 12,8%.
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