A suíça Ethical Coffee Company vai parar a produção de suas cápsulas de café biodegradáveis. As condições do mercado tornaram-se desfavoráveis, diz o CEO da empresa.
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Ethical Coffee Company to bow out of capsule business
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No ano passado, a Ethical Coffee Company (ECC), há muito envolvida em batalhas de patentes com a gigante do café em cápsulas Nespresso, conseguiu vários vereditos a seu favor.
Mas o fundador e CEO da empresa, Jean-Paul Gaillard, revelou ao jornal suíço Le Temps na quinta-feira (06) que a empresa se retirará do mercado de cápsulas nos próximos seis meses.
Apesar das vitórias, o nível de concorrência dos novos produtores reduziu os preços e as margens de lucro: “Todo mundo começou a fazer cápsulas”, disse. “O negócio não dá mais nada”.
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Os gastos com a justiça nos numerosos casos também foram enormes. Desde 2010, a ECC esteve envolvida em várias batalhas contra a Nespresso, que tentou evitar que as cápsulas ECC biodegradáveis fossem usadas em suas máquinas.
Mais recentemente, no final de maio, o Instituto Europeu de Patentes (IEP) recusou pela segunda vez um processo movido pela Nestlé contra as cápsulas da ECC. O “sistema de bloqueio” introduzido nas máquinas Nespresso para parar o funcionamento das cápsulas concorrentes era ilegal, segundo a decisão.
Outro caso, concluído no início desta semana na Alemanha, determinou que todas as máquinas com tais mecanismos de incompatibilidade fossem removidas do mercado. Enquanto isso, nos Estados Unidos, em março de 2016, a ECC iniciou processos antitruste contra a Nestlé exigindo bilhões de dólares de compensação.
Cavalo de batalha
No entanto, essas vitórias têm um custo que vai além das despesas judiciais. Depois de atuar como cavalo de batalha contra a posição dominante da Nespresso – da qual Gaillard foi anteriormente CEO, de 1988 a 1997 – o mercado foi saturado com novos fabricantes de cápsulas.
No ano passado, a Reuters observou que 210 fabricantes de cápsulas eram compatíveis com as máquinas Nespresso. Desde então, grandes nomes, incluindo Starbucks, também entraram no mercado de cápsulas, que a Euromonitor descreve como a “categoria de melhor desempenho não só no café, mas em bebidas quentes em geral”.
Na Suíça, no entanto, onde a ECC também precisou lutar para ser reconhecida, muitos grandes varejistas se mostraram relutantes em oferecer seus produtos biodegradáveis. Embora as cápsulas estejam à venda em várias redes, como Globus e Aligro, as duas maiores do país, Coop e Migros, decidiram ficar fora do negócio.
O principal centro de produção da ECC, localizado perto de Genebra, já está diminuindo. Apenas 40 pessoas ocupam os 8.000 metros quadrados do local.
A empresa em si continuará existindo, mesmo fora do mercado de cápsulas. Continuará com um novo produto relacionado ao café e aos biomateriais, disse Gaillard.
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