Classes separadas são discriminatórias
Separar alunos suíços dos estrangeiros é alimentar a xenofobia e a discriminação. É a conclusão da Comissão federal contra o racismo, que divulgou um relatório que critica abertamente algumas experiências feitas na Suíça de língua alemã.
Os alunos estrangeiros não devem ser separados dos suíços, como vem ocorrendo em algumas escolas nos estados de Saint-Gallen e Lucerna. A Comissão federal contra o racismo pede que essas classes sejam rapidamente extintas porque as considera discriminatórias. Essa comissão é formada por especialistas mandatados pelo governo federal.
Na Suíça, a política educacional é da competência dos estados mas o governo federal pode opinar, como é o caso. As experiências de Lucerna e Saint-Gallen são justificadas pela idéia de que, em classe, os estrangeiros atrapalham o rendimento geral e que, por isso, os alunos suíços seriam prejudicados.
As escolas refletem a diversidade populacional da Suíça e têm, em média, 22 por cento de alunos estrangeiros. Em certos estados, essa proporção de estrangeiros pode chegar a 90 por cento, em algumas classes, e esse fenômeno tem sido recuperado politicamente, sobretudo na Suíça de língua alemã.
O estudo encomendado pelo governo federal admite a necessidade em criar classes separadas temporárias para o ensino da língua, mas insiste que esses alunos estrangeiros devem ser rapidamente reintegrados às classes normais.
Os especialistas enfatizam ainda que os alunos suíços têm muito a ganhar com a diversidade cultural de seus colegas estrangeiros e que isso será muito importante para enfrentar futuramente o mercado de trabalho cada vez mais competitivo.
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