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EUA mata 14 supostos traficantes de drogas em ataques a embarcações no Pacífico

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As forças americanas mataram 14 pessoas em ataques contra quatro supostas embarcações do tráfico de drogas no oceano Pacífico, disse o secretário da Defesa americano, Pete Hegseth, nesta terça-feira (28), elevando a pelo menos 57 o número de mortos na campanha antinarcóticos de Washington.

O governo de Donald Trump lançou, no início de setembro, a sua ofensiva no Caribe contra embarcações que supostamente transportam drogas procedentes da Venezuela. Os ataques, que já destruíram pelo menos 14 embarcações, posteriormente se expandiram para o Pacífico, onde operam cartéis da Colômbia e México.

Hegseth disse no X que “um total de 14 narcoterroristas foram eliminados” e um sobreviveu em três ataques realizados na segunda-feira em águas internacionais.

“Nossos serviços de inteligência estavam cientes das quatro embarcações, que navegavam por rotas conhecidas do tráfico de drogas e transportavam narcóticos”, acrescentou. 

A declaração do chefe do Pentágono inclui um vídeo dos ataques. O primeiro deles teve como alvo duas embarcações que pareciam estar atracadas juntas; os outros dois miraram em embarcações que navegavam em alta velocidade em mar aberto. 

Hegseth afirmou que o Comando Sul dos Estados Unidos iniciou “imediatamente” a busca pelo único sobrevivente dos ataques e que as autoridades mexicanas “aceitaram o caso e assumiram a responsabilidade de coordenar o resgate”. 

A Marinha do México confirmou que estava conduzindo uma operação marítima de busca e resgate mais de 830 quilômetros a sudoeste do porto mexicano de Acapulco.

– “Vamos caçá-los” –

O chefe do Pentágono afirmou que os ataques de segunda-feira tiveram como alvo “organizações terroristas” que traficam narcóticos no Pacífico Oriental. 

“Esses narcoterroristas mataram mais americanos do que a Al-Qaeda e receberão o mesmo tratamento (…). Nós vamos caçá-los e eliminá-los”, prometeu Hegseth. 

Washington ainda não apresentou evidências de que seus alvos traficavam drogas. Especialistas afirmam que os ataques são ilegais, mesmo que tenham como alvo traficantes conhecidos.

Os Estados Unidos ordenaram um grande reforço das forças militares na América Latina com a justificativa de combater o narcotráfico. Mobilizaram sete navios de guerra da Marinha para a região, além de caças furtivos F-35, e enviaram o grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford. 

Vários ativos tiveram que ser realocados devido à ameaça do furacão Melissa, que varre a região, mas o Comando Sul garantiu que as forças americanas continuam “capazes de cumprir suas missões”. 

Dois bombardeiros B-1B sobrevoaram o Mar do Caribe, na Venezuela, na segunda-feira. Esses sobrevoos ocorrem após outro bombardeiro B-1B voar perto da costa venezuelana na semana passada e outros B-52 na semana anterior. 

As tensões regionais aumentaram como resultado dos ataques e do envio de forças. 

A Venezuela acusa os Estados Unidos de conspirar para derrubar o presidente Nicolás Maduro. Segundo Caracas, o governo Trump busca “fabricar um conflito” para justificar uma invasão. 

Enquanto isso, o presidente equatoriano, Daniel Noboa, um aliado fiel dos Estados Unidos, disse nesta terça-feira que seu país poderia abrigar uma base militar estrangeira nas Ilhas Galápagos, que poderia ser usada para combater o tráfico de drogas e combustível, assim como a pesca ilegal. 

Noboa não especificou qual país poderia estabelecer a base no Equador, um importante centro do tráfico de cocaína, mas mencionou “vários países”, incluindo os Estados Unidos.

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