Ricaços suíços prejudicam mais o meio ambiente
O 1% mais rico da população suíça emite oito vezes mais CO2 do que a metade menos abastada da população. O centro financeiro suíço também contribui enormemente para a crise climática, de acordo com um relatório da Oxfam.
A Suíça mostra em pequena escala o que está acontecendo em todo o mundo, afirmou a organização não governamental (ONG) Solidar Suisse em um comunicado na quarta-feira (29). Poucas pessoas ricas são responsáveis pela maior parte das emissões, enquanto outras sofrem as consequências.
Isso é demonstrado pelo novo relatório da Oxfam “Climate Plunder: How a powerful few are locking the world into disaster” (“Pilhagem climática: como poucos poderosos estão levando o mundo ao desastre”), para o qual a Solidar Suisse disponibilizou os dados suíços. 82% das pessoas na Suíça pertencem ao décimo mais rico da população mundial. Neste país, uma pessoa do 0,1% mais rico produz 673 kg de CO2 por dia. Isso é 26 vezes mais do que alguém da metade mais pobre da população suíça.
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Grandes bancos
O UBS forneceu mais de US$ 211 bilhões para projetos de petróleo e gás desde o Acordo Climático de Paris. Juntamente com o antigo Credit Suisse, as duas instituições financeiras suíças investiram pelo menos US$ 8 bilhões em novos projetos de carvão, petróleo e gás entre 2021 e 2022, conforme a ONG.
Ao se retirar da Net Zero Banking Alliance em março deste ano, o UBS abandonou oficialmente sua meta de harmonizar seus investimentos com a meta de 1,5 grau, acrescentou a ONG.
Em resposta a uma consulta da agência de notícias Keystone-SDA, o banco anunciou esta noite que manterá suas metas de descarbonização. Seu objetivo é reduzir as emissões financiadas pelo UBS em 70% até 2030, tomando como base o ano de 2021. “Até o final de 2023, teremos alcançado uma redução de 80% em relação a 2021”, afirmou a resposta.
Para uma política climática justa, a Solidar Suisse pediu que os ricos e as empresas fossem tributados sobre suas emissões de luxo e lucros excessivos e que a influência dos super-ricos fosse limitada, não concedendo direitos especiais às empresas e estabelecendo limites transparentes ao lobby.
A Suíça também deve expandir o financiamento climático e a cooperação para o desenvolvimento, a fim de reduzir especificamente a pobreza e a desigualdade, especialmente no Sul Global.
Adaptação: Fernando Hirschy
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