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ABB pode reorientar-se

ABB reconheceu erros de administração Keystone

A multinacional, ativa na construção de barragens hidrelétricas e centrais nucleares, prestou contas, insatisfatórias, a seus acionistas e indicou haver necessidade de concentrar-se no essencial: automação e energia.

A Assembléia anual de ABB, em Zurique, acorreram 2.212 acionistas, preocupados com o desempenho desse gigante enfraquecido – perda de US$ 691 milhões em 2001- e igualmente irritados com indenizações milionárias – 233 milhões de francos, cerca de 138 milhões de dólares – pagas a ex-diretores, Percy Barnevik e Göran Lindahl.

“erros”

Sentindo-se roubados, os pequenos acionistas clamavam justiça contra os dois diretores suecos (que no fim de semana resolveram devolver a maior parte da soma, mas conservando ainda 98 milhões de francos).

No sentido de apaziguar os ânimos, o atual presidente do Conselho de Administração de ABB, Jürgen Dormann, reconheceu erros do passado. Criticou por exemplo a estratégia de Göran Lindahl visando transformar a empresa num “knowledge group” (de know-how, vistoria, etc).

Mostrou-se também crítico em relação a Percy Barnevik que acusou de ter quase monopolizado o poder. Mas realçou que o executivo sueco – que supervisou em 1988 a fusão da empresa Asea com Brown Boveri – deu um papel de destaque ao grupo, transformando-o numa multinacional.

Transparência

Resta que os grandes acionistas, majoritários, perdoaram os dois ex-executivos. Com 11% do capital, conhecido empresário suíço, Martin Ebner, admitiu que o acordo de indenização não foi justo, mas uma boa solução para tirar ABB da crise de confiança. E acabou ficando por isso mesmo. O resultado, positivo, é que a transparência deva ser necessária para retocar uma imagem arranhada.

“Há 2 anos ABB era símbolo de sucesso mundial”, lembrou o patrão do grupo, Jürgen Dormann. Mas desde então perdeu dois terços de seu valor, passando de 30 a 10 bilhões de dólares. Isso se deve em parte à ameaça de processos contra a multinacional pela utilização de amianto, nos Estados Unidos.

Nessa perspectiva, ABB já reservou provisão de 1 bilhão de francos. Questiona-se se seria suficiente. Análises pessimistas prevêem futuro difícil para o grupo. O semanário suíço Cash estima até que ABB possa afundar como a Swissair afundou…

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