Kast aborda com Equador medidas para combater narcotráfico e migração irregular
O presidente eleito do Chile, José Antonio Kast, conversou nesta terça-feira (23), em Quito, com o líder do Equador, Daniel Noboa, sobre o interesse bilateral de combater o tráfico de drogas e a imigração irregular, principalmente de venezuelanos.
Kast, de extrema direita, é simpático ao governo equatoriano, com o qual compartilha o plano de empregar a linha-dura contra o tráfico de drogas e o crime organizado.
O diálogo com Noboa foi “muito bom, porque temos questões em comum, de superação da pobreza, enfrentamento do crime organizado e da imigração irregular, de como fazer para que nossos países voltem a crescer unidos”, disse o chileno à AFP, ao deixar a sede da Presidência.
Dois dias depois de ser eleito, Kast se reuniu em Buenos Aires com o governante da Argentina, o ultraliberal Javier Milei. “O que buscamos é coordenação, trabalhar em conjunto para enfrentar esses flagelos”, disse o chileno, que sucederá a Gabriel Boric (esquerda), ao chegar a Quito.
Referindo-se aos cerca de 300 mil imigrantes irregulares no Chile, venezuelanos em sua maioria, Kast propõe coordenar com outros líderes da região a criação de “um corredor humanitário de devolução” dessas pessoas para seus países de origem.
“É muito importante que nós, entre todos, vejamos como solucionar o problema criado atualmente por um país como a Venezuela, sob uma ditadura, que levou mais de 8 milhões de pessoas a deixarem sua pátria e irem para diferentes países”, ressaltou posteriormente o presidente eleito, em entrevista coletiva. “O continente tem que, de alguma forma, reagir a esta situação.”
Cerca de 440 mil venezuelanos vivem no Equador, dos quais 60% de forma irregular, segundo a ONU.
Kast apoia Noboa em sua prioridade de reforçar a segurança, no momento em que o Equador registra picos históricos de violência. Pelos portos de Guayaquil e Manta, circula 70% da produção mundial de cocaína, dominada por seus vizinhos Colômbia e Peru.
A balança comercial com o Chile é favorável para o Equador, com 1,44 bilhão de dólares (cerca de R$ 8 bilhões na cotação atual) no ano passado, segundo o Banco Central local.
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