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Misssão da OEA na Colômbia aponta aumento da violência e promove diálogo com guerrilha

(Arquivo) Policial patrulha ruas de Arauca, na fronteira colombiana com a Venezuela afp_tickers

A missão da OEA na Colômbia promove um diálogo entre o governo colombiano e o ELN, último grupo guerrilheiro ativo naquele país, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira, que chama a atenção para o aumento da violência entre os grupos armados ilegais que atuam em território colombiano.

Em seu mais recente relatório semestral, a Missão da OEA de Apoio ao Processo de Paz na Colômbia (Mapp) ressaltou que continua “acompanhando as iniciativas de busca pela aproximação e o diálogo” entre o Estado e o guevarista Exército de Libertação Nacional (ELN).

“Nesse contexto, (a missão) encoraja as partes a não cessarem seus esforços para alcançar uma paz completa” após o acordo de 2016 com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), acrescenta o texto.

Em 2019, o presidente Iván Duque interrompeu as negociações de paz que o ELN havia iniciado com seu antecessor, o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Juan Manuel Santos, após um ataque com carro-bomba a uma academia de polícia, que deixou 22 cadetes mortos.

O 31º relatório da Mapp/OEA, que abrange o primeiro semestre de 2021, indica que “o ELN aumentou as ações ilegais de controle social e os atos de violência na região de Catatumbo e no departamento de Nariño”, que fazem fronteira com Venezuela e Equador, respectivamente. Também destaca as ações do ELN nos departamentos de Antioquia, Arauca e Norte de Santander, os dois últimos na fronteira com a Venezuela, onde, segundo o governo Duque, grupos armados colombianos se refugiam com o consentimento de autoridades venezuelanas.

O ELN conta atualmente com 3.000 membros armados, segundo o centro de estudos independente Indepaz, e 5.000 entre membros armados e milícias, de acordo com fontes oficiais. Não é, no entanto, o único grupo armado ilegal que opera na Colômbia.

– Desafios persistentes –

A Mapp/OEA indicou que “observou com preocupação” o “fortalecimento” do ELN, assim como de grupos dissidentes das Farc e do Exército de Libertação Popular (EPL), desmobilizados em 1991, e de grupos ligados ao narcotráfico, como Clã do Golfo e Los Caparros.

“Persistem enormes desafios” devido à luta entre essas organizações com o objetivo de controlar “corredores” para a receita do narcotráfico, contrabando e extração ilegal de jazidas de minerais, ressaltou a Mapp, acrescentando que a população civil continua sendo vítima da violência de grupos armados ilegais, “seja por confrontos entre os mesmos, que geram deslocamentos forçados ou confinamentos, ou por ações ligadas ao interesse desses grupos em manter o controle territorial, econômico e social”.

Por outro lado, a Mapp/OEA alertou para as ameaças na Colômbia à participação cidadã, pedindo às autoridades que reforcem as garantias eleitorais e de segurança.

O governo Duque renovou até 2025 o mandato da Mapp/OEA, criada em 2004 para monitorar e acompanhar a implementação da paz na Colômbia.

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