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Mulher de opositor venezuelano pede que oposição deixe diálogo e proteste

(Arquivo) A esposa do líder político preso Leopoldo López, Lilian Tintori, em Caracas, no dia 9 de novembro de 2016 afp_tickers

A esposa do líder político preso Leopoldo López, Lilian Tintori, em visita a Madri, pediu nesta segunda-feira à oposição venezuelana que abandone o diálogo com o governo de Nicolás Maduro e vá às ruas para conseguir uma mudança no país.

A manifestação “cívica e pacífica” é “a única forma de a ditadura” acabar, pois o diálogo não teve resultado, afirmou Tintori em coletiva de imprensa, após reunir-se com o ministro espanhol de Assuntos Exteriores, Alfonso Dastis.

“Eu peço hoje a todos os venezuelanos que nos levantemos, peço aos membros da Mesa da Unidade Democrática (oposição) que estão sentados nessa mesa que se levantem, que nos levantemos juntos”, disse Tintori.

“E que saiamos de forma cívica e pacífica, de forma constitucional, vestidos de branco, a resgatar nossos direitos em paz, mas ativos, não paralisados em um diálogo”, acrescentou.

“O diálogo claramente é para ganhar tempo, para que Maduro chegue a 2018 ou além, porque ninguém nos garante que vá haver eleições (presidenciais) em 2018”, denunciou Tintori, crítica do diálogo que busca resolver a crise política e econômica na Venezuela.

“Diálogo sim, mas assim não”, insistiu a esposa de López, que cumpre pena de quase 14 anos de prisão, acusado de incitação à violência durante os protestos opositores de 2014, que deixaram 43 mortos.

O partido de López, Vontade Popular, foi uma das formações opositoras que não se somaram ao diálogo, que terá uma terceira rodada em 6 de dezembro.

Tintori disse ter “fé” no Vaticano, que auspicia o diálogo, mas criticou os três ex-presidentes que acompanham o processo, entre eles o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero, aos quais acusou de “representar a voz de Maduro”.

Tintori se reuniu no domingo no Vaticano com o secretário de Estado da Santa Sé, o cardeal Pietro Parolin, para expressar sua preocupação pela falta de resultados no que chamou de “diálogo armadilha”.

Ela admitiu que “ir com as pessoas às ruas” pode ser “perigoso”, porém “mais perigoso é viver como estamos vivendo”, acrescentou.

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