
Nvidia, a primeira a ultrapassar US$ 4 trilhões em capitalização em Wall Street

A gigante dos semicondutores Nvidia se tornou, nesta quarta-feira (9), a primeira empresa a ultrapassar a barreira simbólica de 4 trilhões de dólares (R$ 21,8 trilhões na cotação atual) em capitalização em Wall Street, impulsionada pelo crescimento da inteligência artificial (IA).
Pouco depois da abertura da Bolsa de Nova York, a Nvidia disparou até os 164,42 dólares por ação, o que lhe concedeu uma avaliação superior a 4 trilhões de dólares. Depois, as ações caíram ligeiramente e fecharam logo abaixo desse limite recorde.
“O mercado tem uma certeza incrível de que a IA é o futuro”, afirmou Steve Sosnick, analista da Interactive Brokers. “A Nvidia é sem dúvida a empresa melhor posicionada para se beneficiar desta ‘corrida do ouro'”.
A Nvidia, liderada pelo engenheiro eletricista Jensen Huang, agora tem um valor de mercado superior ao PIB da França, Reino Unido ou Índia, o que demonstra a confiança dos investidores de que a IA impulsionará uma nova era de robótica e automação.
O recente crescimento da empresa californiana de chips impulsiona, de forma geral, a recuperação do mercado de ações.
Isso se deve, em parte, ao alívio gerado pela retirada das tarifas mais drásticas do presidente americano, Donald Trump, que abalaram os mercados globais no início de abril.
Apesar de o republicano ter anunciado novas medidas tarifárias nos últimos dias, os índices da bolsa nova-iorquina se mantiveram em níveis elevados. O Nasdaq, voltado para o setor de tecnologia, fechou nesta quarta com um novo recorde.
“Vimos como os mercados nos apoiaram no pior cenário possível em relação às tarifas”, comentou Angelo Zino, analista da CFRA Research.
Ainda que a Nvidia enfrente controles de exportação dos Estados Unidos à China, o acordo alcançado pela empresa para construir infraestrutura de IA na Arábia Saudita durante uma visita de Estado de Trump em maio demonstrou uma possível mudança positiva na política comercial do presidente.
“Vimos o governo utilizando os chips da Nvidia como moeda de troca”, acrescentou Zino.
– Otimista para 2026 –
O recente aumento da Nvidia aos 4 trilhões de dólares marca um novo marco em uma ascensão sustentada durante os últimos dois anos, à medida que o entusiasmo pela IA cresce.
Até agora em 2025, os títulos da empresa subiram mais de 20%, enquanto o índice Nasdaq cresceu mais de 6,7%.
Jensen Huang, nascido em Taiwan, impressionou os investidores com uma série de avanços, entre os quais está seu produto estrela: as unidades de processamento gráfico (GPU), fundamentais para muitos dos programas de IA.
A empresa também apresentou sua tecnologia de última geração Blackwell, que permite uma maior capacidade de superprocessamento.
No entanto, a sequência vitoriosa da Nvidia foi ameaçada no início de 2025, quando a empresa chinesa DeepSeek abalou o mundo da IA com um modelo de baixo custo e alto desempenho que desafiou a hegemonia da OpenAI e de outros gigantes com grandes investimentos.
A Nvidia perdeu cerca de 600 bilhões de dólares (R$ 3,27 trilhões) em valor de mercado em um único pregão durante este período.
Ainda assim, no último trimestre, a Nvidia reportou lucros de quase 19 bilhões de dólares (R$ 103,6 bilhões), apesar de um impacto de 4,5 bilhões de dólares (R$ 24,5 bilhões) devido aos controles de exportação dos Estados Unidos, projetados para limitar as vendas de tecnologia de ponta para a China.
O período de resultados do primeiro trimestre também revelou que o impulso da IA se manteve sólido em toda a indústria tecnológica.
Muitas das maiores empresas do setor, como Microsoft, Google, Amazon e Meta, competem entre si na corrida para liderar o campo da IA.
Uma pesquisa recente da UBS com executivos de tecnologia mostrou que a Nvidia está ampliando sua vantagem sobre seus rivais.
A Nvidia está na vanguarda dos “agentes de IA”, o foco atual na IA generativa, na qual as máquinas são capazes de raciocinar e inferir mais do que antes, afirmou Zino.
A gigante encerrou o dia de negociação nesta quarta-feira a 162,88 dólares por ação (+1,8%), com uma capitalização um pouco inferior a 4 trilhões de dólares.
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