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O que diz a imprensa suíça?

Lula abraçando Putin
O então primeiro-ministro russo Vladimir Putin (à direita) se reúne com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (à esquerda) em Moscou, Rússia, em 14 de maio de 2010. KEYSTONE/SERGEI ILNITSKY

Nesta semana, de 17 a 23 de fevereiro de 2024, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal e África lusófona.

Aposentadoria no exterior: ela se mudou para Portugal “para não ficar no buraco” 

Danièle Meier, de La Chaux-de-Fonds, mudou-se sozinha para Portugal, apesar de não falar o idioma, para realizar seu sonho de envelhecer tomando sol… e, acima de tudo, permanecer financeiramente independente. 

“Eu sabia que não poderia me dar ao luxo de viver na Suíça depois de trabalhar lá durante toda a minha vida. 

Com isso em mente, Danièle Meier decidiu passar sua velhice em Portugal, país no qual reside desde 2021. 

“Eu tinha um pouco de capital sobrando, que investi em uma bela casa em Portugal. Se eu tivesse ficado na Suíça, teria que usar esse capital para complementar minha magra pensão AVS de CHF 1.900 por mês, e provavelmente acabaria vivendo da ajuda social. 

Isso de jeito nenhum, para essa dinâmica senhora de 60 anos que sempre foi independente. Em Portugal, ela conseguiu comprar um imóvel que poderá passar para seus filhos no futuro e tem um poder aquisitivo muito bom. 

“Pago 10% de imposto, ou seja, pouco menos de 200 francos por mês. Quanto ao seguro de saúde, solicitei a saída do sistema obrigatório suíço. Em Portugal, não me custa nada, mas fiz um seguro privado complementar de 160 euros por mês.” 

Na Suíça, as pessoas costumam lhe dizer que ela foi corajosa ao ir sozinha para um país estrangeiro onde não fala o idioma. 

“Na verdade, é o contrário. Ficar na Suíça é que teria exigido coragem, ter que contar cada centavo e pensar em como pagar minhas contas.” 

Fonte: arcinfo.chLink externo, 23.02.2024 (em francês) 

Lula, o confronto de palavras para uma nova ordem 

Lula comparou a ação de Israel em Gaza ao extermínio dos judeus pela Alemanha nazista. Espontâneas ou oportunas, essas observações levantam questões sobre o papel que o Brasil pode e quer desempenhar no cenário internacional. 

E se as observações do presidente Inácio Lula da Silva também fossem um “golpe” geopolítico? Ao comparar a operação militar do exército israelense em Gaza com o extermínio dos judeus pela Alemanha nazista em Adis Abeba, na Etiópia, no domingo, o presidente brasileiro atraiu a ira do primeiro-ministro israelense Benyamin Netanyahu e de vários líderes políticos em todo o mundo. As críticas também são amargas em seu próprio país. 

Mas por trás de suas declarações contundentes sobre a atitude de Israel – ainda mais porque elas fazem parte de uma série de outras declarações que pedem que a população civil de Gaza seja poupada e que uma solução de dois Estados seja promovida – o presidente Lula poderia, de acordo com vários observadores, estar tentando capitalizar esse episódio. O objetivo? Colocar o Brasil em uma posição de liderança no movimento que se opõe à política de Israel contra o povo palestino e incentivar outros países da América Latina e do Sul Global a seguir sua linha no conflito em curso no Oriente Médio. 

Fonte: Le TempsLink externo, 21.02.2024 (em francês)  

Lula, o presidente brasileiro que está saindo dos trilhos 

Novo homem forte do Sul global, o presidente trabalhista do Brasil, Lula da Silva, tornou-se conhecido por dois temas que podem parecer bastante distintos, mas que fazem parte de um todo. Por um lado, seus comentários complacentes sobre o regime de Putin em relação à morte de Alexei Navalny e, por outro, um ataque ofensivo a Israel. 

Ele não sabe. Não pode julgar. Tampouco pode “especular”. É assim que se pode descrever a reação de Lula da Silva, o atual líder do Brasil, em relação à morte na prisão de Alexei Navalny, de 47 anos. 

“Devemos aguardar os resultados da autópsia” e “não tirar conclusões precipitadas”, disse o presidente brasileiro. Ele ainda declara: 

“Se a morte foi suspeita, devemos primeiro investigar para descobrir do que o cidadão morreu”. 

Ao contrário de muitos líderes ocidentais que veem na morte de Navalny a mão direta ou indireta de Putin, Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como “Lula”, não considera “suspeita” a morte do principal oponente político de Vladimir Putin, mantido em condições deploráveis em uma prisão siberiana no Círculo Polar Ártico há meses. 

Fonte: WatsonLink externo, 19.02.2024 (em francês)  

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 1° de março. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

Até a próxima semana!

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