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O que diz a imprensa suíça?

Cartaz e uma pessoa no fundo.
Mulheres marcham com um pôster que mostra uma caricatura do presidente Javier Milei durante o Dia Internacional da Mulher em Buenos Aires, Argentina, na sexta-feira, 8 de março de 2024. AP Photo/Natacha Pisarenko

Nesta semana, de16 a 22 de março de 2024, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal e África lusófona.

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Acordo de livre comércio Suíça (EFTA) e Mercosur: o que fala a favor e contra

Guy Parmelin, o ministro suíço da Economia, está em campanha para promover um acordo de livre comércio entre a Suíça e o Mercosul, grupo que inclui Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Este acordo é defendido pela Federação Suíça de Indústria (Economiesuisse) como benéfico, argumentando que poderá aumentar a prosperidade, abrir um grande mercado para as empresas suíças, oferecer vantagens competitivas, reduzir preços de produtos sul-americanos na Suíça e facilitar a resolução de problemas entre os países envolvidos.

Por outro lado, organizações como a Public Eye e a Swissaid criticam o acordo, alegando falta de transparência nas negociações, ausência de participação de grupos afetados, contradições com políticas climáticas e de sustentabilidade, falta de mecanismos de sanção para não conformidade e preocupações sobre violações de direitos humanos nos países do Mercosul. Essas críticas apontam para potenciais impactos negativos tanto na Suíça quanto nos países sul-americanos envolvidos.

O debate sobre o acordo de livre comércio reflete um dilema maior sobre como equilibrar interesses econômicos com responsabilidade social e ambiental. Enquanto setores empresariais veem uma oportunidade de expansão e lucro, grupos de defesa e organizações sociais alertam para os possíveis prejuízos e impactos negativos de tais acordos, sublinhando a necessidade de um processo mais transparente e inclusivo que considere amplamente os efeitos socioambientais.

Fonte: 20 Minuten, 21.03.2024Link externo (em alemão) 

Português deixou de ser a língua estrangeira mais falada depois do inglês

O Departamento Federal de Estatísticas (BfS, na sigla em alemão) fez um estudo sobre a riqueza linguística do país, enfatizando a presença de quatro línguas nacionais e diversos dialetos, além de línguas estrangeiras que se integraram ao cotidiano.

Entre essas, o albanês e o português são particularmente notáveis, seguindo o inglês em termos de prevalência. Recentemente, o albanês ultrapassou o português como a língua estrangeira mais falada, marcando uma mudança significativa após mais de uma década.

Em 2022, a pesquisa do BFS revelou números próximos para falantes de albanês (292.717 pessoas) e português (292.219 pessoas) na Suíça, com ambas as línguas representando 3,4% da população. Esta estatística evidencia um empate percentual entre as duas línguas como línguas principais entre a população residente permanente. Curiosamente, apesar de serem superados pelo albanês em números totais, o português é mais falado em casa, indicando a importância de ambas as línguas na vida cotidiana suíça.

Fonte: 20 Minuten, 20.03.2024Link externo (em alemão) 

50 pessoas mortas por causa de bruxaria em Angola

Dezenas de pessoas em Angola foram vítimas de acusações de bruxaria, resultando em mais de 50 mortes em janeiro e fevereiro. Forçadas a beber uma poção venenosa por curandeiros tradicionais, as vítimas foram submetidas a uma prática perigosa para provar sua inocência.

A polícia confirmou os incidentes, revelando um aumento recente nessa prática. Em algumas áreas rurais, a crença na bruxaria persiste, apesar da oposição da igreja. As acusações são investigadas por curandeiros, que administram uma poção chamada mbulungo. Se a vítima morre, é considerada culpada.

Fonte: Watson, 19.03.2024Link externo (em alemão) 

Cai desmatamento na Amazônia

O desmatamento na floresta amazônica brasileira diminuiu consistentemente nos últimos onze meses, segundo um grupo ambiental brasileiro.

Um relatório revela que nos dois primeiros meses deste ano, a área desmatada atingiu o menor nível desde 2018, totalizando 196 quilômetros quadrados. Isso representa uma redução de 63% em relação ao mesmo período do ano anterior. Apesar disso, ainda foram destruídos cerca de 327 campos de futebol por dia.

A pesquisadora Larissa Amorim enfatizou que o desafio continua significativo. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o compromisso de combater o desmatamento, contrastando com a gestão anterior de Jair Bolsonaro, durante a qual o desmatamento aumentou em 75% em comparação com a média da década anterior.

Fonte: SRF, 19.03.2024Link externo (em alemão) 

Ascensão do partido Chega: o que dizem os migrantes portugueses?

Em Portugal, a direita e extrema direita ganharam força nas últimas eleições, com a Aliança Democrática (AD) assumindo a liderança após o declínio do primeiro-ministro António Costa por acusações de corrupção, e o partido Chega aumentando sua representação parlamentar.

A comunidade portuguesa em Genebra está dividida sobre esses resultados, refletindo um espectro de opiniões que variam entre apoio à mudança e preocupações com a ascensão da extrema direita. O voto dos emigrantes, incluindo aqueles na Suíça, ainda está pendente, adicionando incerteza ao resultado final.

Desafios como a dificuldade de votar do exterior e o desinteresse político entre a diáspora sublinham a complexidade da situação política de Portugal e a divisão entre seus cidadãos.

Fonte: Tribune de Genève, 18.03.2024Link externo (em francês) 

Para Javier Milei, feminismo é o inimigo

O presidente argentino Javier Milei adotou uma postura antifeminista, manifestada por ações como a eliminação do Ministério de Assuntos da Mulher e a proposta de leis de aborto mais restritivas. Suas políticas revertem progressos feministas na Argentina, criticando a agenda feminista por promover, segundo ele, uma intervenção estatal desnecessária.

Milei cortou financiamentos para a igualdade de gênero e proibiu a linguagem inclusiva em órgãos públicos. Ele vê o feminismo como adversário, atacando conquistas como a legislação liberal do aborto e programas contra a violência de gênero.

No Dia Internacional da Mulher, fez mudanças simbólicas para refletir sua visão antifeminista. Feministas argentinas resistem a essas políticas, manifestando-se pela justiça social e direitos, numa reação a esse considerável retrocesso.

Fonte: SRF, 16.03.2024Link externo (em alemão) 

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 22 de março. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

Até a próxima semana!

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