Peru em crise: uma semana de caos
O presidente interino do Peru, Manuel Merino, renunciou após apenas cinco dias no poder, tornando-se o terceiro presidente deste país sul-americano a deixar o cargo em três anos, e o segundo em uma semana. Veja uma breve cronologia da crise atual:
– Destituição de Vizcarra –
9 de novembro: o Congresso destitui o presidente popular Martín Vizcarra, que empreendeu uma cruzada anticorrupção durante sua administração, por um caso de suposto suborno que ele nega.
– ‘Golpe de Estado disfarçado’ –
10 de novembro: O chefe do Congresso, Manuel Merino, assume a presidência por ser, constitucionalmente, o primeiro na ordem de sucessão.
A destituição de Vizcarra é descrita como um “golpe de Estado disfarçado” pelo popular ex-prefeito do distrito de La Victoria em Lima e aspirante à presidência em 2021, o ex-jogador de futebol George Forsyth.
Apoiadores de Vizcarra saem às ruas para protestar em diferentes cidades.
– 14 feridos em protestos –
12 de novembro: 14 pessoas ficam feridas, incluindo duas gravemente por disparos de arma de fogo, depois que a polícia reprimiu os manifestantes.
A Justiça peruana proíbe Vizcarra de deixar o país.
– Dois falecidos –
14 de novembro: Milhares de manifestantes voltam às ruas, muitos vestidos de preto, para exigir que o “impostor” Merino deixe o governo.
Dois morrem e cem ficam feridos quando a polícia dispara balas de borracha contra uma grande passeata em Lima.
A Coordenadoria Nacional de Direitos Humanos denuncia que há nove “desaparecidos”.
– Merino sai –
15 de novembro: Merino se demite, provocando comemorações nas ruas.
O Congresso falha em escolher um sucessor, apesar de se reunir tarde da noite.
16 de novembro: Legisladores negociam para o plenário eleger um novo presidente e um novo chefe do Congresso, cargo que também está vago desde o dia anterior.