Suíça investiga colaboração com apartheid

A justiça suíça investiga acusações de fornecimento ilegal de armas e tecnologia suíças à África do Sul, no período do apartheid. A investigação, confirmada pelo Ministério Público suíço, envolve o médico sul-africano, Wouter Basson (foto).

Investigação suíça sobre tráfico de armas e tecnologias suíças na época do regime do apartheid (sistema segregacionista de desenvolvimento separado de raças) começou em fins de junho, afirma neste início de semana o Ministério Público da Confederação Suíça. No centro da investigação, a figura do cientista sul-africano, Wouter Basson que durante 10 anos chefiou o programa de armamento biológico e químico do regime de apartheid. Bassou – indiciado por vários crimes inclusive de homícios relacionados a mais de 200 vítimas, incluindo militantes anti-apartheid – será processado a partir de 4 de outubro. Os homicídios de ativistas negros, nos anos 80, foram efetuados com produtos tóxicos, preparados em laboratórios nacionais sob o regime segregacionista. Wouter Basson teria abastecido esses laboratórios e há suspeita de que ele tivesse conseguido na Suíça, os produtos e o know-how necessários. Basson teria vindo várias vezes à Suíça e se encontrado com o ex-chefe dos serviços secretos suíços, Peter Regli, que nega a acusação.
Por outro lado, uma delegação parlamentar suíça estuda desde março as relações entre os serviços de informação militares da Suíça e a África do Sul, durante o regime do apartheid.