Voto incerto na adesão à ONU
Os suíços votam no final de semana mas ninguém é capaz fazer um prognóstico antes da abertura das urnas. Para entrar na ONU é preciso dupla maioria, de votos e de estados.
A Suíça será o último Estado a entrar na ONU, com exceção do Vaticano? Ninguém no país é capaz de responder antes da abertura das urnas, domingo ao meio dia. A campanha foi morna e as últimas sondagens davam ligeira vantagem aos adeptos da adesão, a começar pelo governo federal.
Governo e iniciativa privada são favoráveis
A mesma pergunta foi feita aos eleitores em 1986 e eles recusaram-se a entrar nas Nações Unidas, apesar de Genebra ser a sede européia da ONU. A questão agora foi colocada através da iniciativa popular, um dos instrumentos da democracia direta na Suíça.
O problema é que, para ser aprovada, é exigida a dupla maioria, do povo e dos 26 Cantões ou estados. Nos últimos 100 anos, só 3 iniciativas foram aprovadas em voto popular.
Governo e grande parte da iniciativa privada são favoráveis à adesão à ONU mas, mesmo assim, isso não è garantia de aprovação na Suíça.
Os adversários da adesão são os nacionalistas, cujo líder mais representativo é o deputado federal Christoph Blocher. O principal argumento é que a Suíça perderia sua histórica neutralidade e não teria nada a ganhar dentro da ONU.
Consqüências imprevisíveis
A Suíça, aliás, participa do financiamento da ONU e é membro de várias de suas organizações (OMC, OMS, OIT etc.) embora não tenha direito de voto como os outros países.
Se os eleitores rejeitaram novamente a adesão, o país estará ainda mais isolado, já que também não é membro da União Européia. As conseqüências da vontade reiterada de isolar-se também são imprevisíveis a médio e longo prazo.
swissinfo com agências
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