Ministro suíço das Finanças sai do coma induzido
Operado no último domingo para implantar cinco pontes de safena, o ministro das Finanças, Hans-Rudolf Merz, não está mais em coma induzido.
Os médicos que o operaram disseram nesta quarta-feira que ele está consciente e se encontra em estado de saúde “muito satisfatório”.
“A impressão é mais positiva do que podíamos imaginar”, declarou à imprensa o professor Thierry Carrel, chefe do departamento de cardiologia do hospital de Berna. Três dias depois da cirurgia, “o estado de consciência do ministro também é muito satisfatório”.
O paciente retomou à consciência na terça-feira à noite e a respiração artificial foi retirada na madrugada desta quarta-feira, precisaram os médicos.
O coração do ministro está “perfeitamente estável”, acrescentaram. Sobre a evolução a médio prazo, os médicos disseram ter “todas as razões para serem otimistas”, mas mantiveram-se prudentes.
O ministro deverá sair da UTI (unidade de terapia intensiva) “nos próximos dias”, segundo Carrel. No entanto, ele disse que ainda é muito cedo para calcular o tempo em que Merz continuará hospitalizado.
Testes neurológicos desnecessários
“Eu falei com ele”, disse o médico-chefe de terapia intensiva, Bruno Regli. “Discutimos do que eu diria durante a coletiva à imprensa, para vocês terem uma idéia de seu estado cerebral”, afirmou o médico. Ele disse ainda que nesta quarta-feira o ministro deveria começar a se alimentar.
Os médicos demonstraram muito otimismo sobre a capacidade de recuperação do ministro e não falaram mais de testes neurológicos avançados, como afirmaram depois de cirurgia. Esses testes teriam sido necessários se o estado de coma induzido continuasse, explicou Regli.
“Primeiro informamos a família e depois a mídia”, declarou Regli. Com outros pacientes, em caso de dúvida, os testes são feitos entre três e seis meses depois da cirurgia, acrescentou Thierry Carrel.
Elogio aos outros médicos
O cardiologista que operou Merz não poupou elogios aos médicos que socorreram o ministro da Suíça Oriental. O chefe da cardiologia do hospital de St-Gallen, Hans Rickli, também participou da coletiva à imprensa. Ele revelou alguns detalhes sobre o atendimento de emergência ao ministro no último sábado.
Segundo Rickli, Hans-Rudolf Merz ficou inconsciente 10 a 15 minutos, no máximo, quando transferido do hospital de Herisau ao hospital de St-Gallen, onde foi colocado imediatamente em coma induzido e em hipotermia, para proteger os órgãos vitais. “Queríamos evitar um segundo ataque cardíaco”, precisou Rickli.
Decisão da família
Transferir o ministro para Berna foi uma decisão da família, explicaram os médicos. Ele foi levado de St-Gallen para Berna de helicóptero, no domingo à tarde, depois de uma conversa entre Regli e Carrel.
Mesmo se a evolução é positiva, por enquanto não se pode falar do retorno do ministro às suas funções. Sua pasta é acumulada pela ministra da Justiça e Polícia, Eveline Widmer-Schlumpf. O governo federal tomou essa decisão na sessão extraordinária de segunda-feira.
swissinfo com agências
É raro que ministros suíços em exercício tenham graves problemas de saúde.
Em 1983, Willi Ritschard morreu de um ataque cardíaco durante um passeio, 13 dias depois de anunciar que deixaria o governo.
Rudolf Friedrich também teve problemas cardíacos em 1984, sendo obrigado a deixar o governo menos de dois anos depois de eleito.
Jean-Pascal Delamuraz enfrentou um câncer enquanto estava no governo e foi operado. Faleceu em 4 de outubro de 1998, seis meses depois de deixar o governo.
René Felber saiu do governo em 31 de março de 1993, por razões de saúde.
Segundo o historiador Urs Altermatt, de Friburgo, desde a criação do Estado federal em 1848, 22 dos 110 membros do governo federal morreram no exercício do mandato.
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