Reino Unido exibe toda a sua pompa para visita de Estado de Trump
Donald Trump foi solenemente homenageado pela monarquia britânica no Castelo de Windsor nesta quarta-feira (17), no primeiro dia de sua visita oficial ao Reino Unido, longe de Londres e dos protestos contra ele.
Diante de cerca de 160 convidados no início do fastuoso evento, preparado para agradar à paixão do presidente americano pela pompa e pelo esplendor, o rei Charles III elogiou o que chamou de “compromisso pessoal” de Trump com a busca da paz no mundo.
Por sua vez, Trump qualificou a visita como “uma das maiores honras” de sua vida e descreveu a relação entre Reino Unido e Estados Unidos como “duas notas de um mesmo acorde… cada uma bela por si só, mas realmente destinadas a soar juntas”.
O cardápio, escrito em francês, incluía panna cotta de agrião e ovo de codorna sobre biscoitos de manteiga com parmesão, frango caipira com abobrinha e sorvete de baunilha com recheio de framboesa. O conhaque servido era de 1912, ano do nascimento da mãe escocesa de Trump.
Grande admirador da família real, Trump prestou homenagem a Charles III e à sua “força moral”, ao seu “extraordinário filho”, o príncipe William, e à sua esposa, a princesa Kate, “tão radiante” e “tão bela”.
Trump e sua esposa, Melania, chegaram de helicóptero a Windsor, onde foram recebidos pelo príncipe e pela princesa de Gales, que os acompanharam por um curto trecho até se encontrarem com os reis, que os aguardavam.
Salvas de canhão, procissão de carruagens e uma cerimônia militar marcaram o início desta segunda visita de Estado do americano, após a realizada em 2019, durante seu primeiro mandato.
Trump inspecionou uma guarda de honra no pátio do castelo em uma cerimônia militar inédita, com 1.300 membros do exército britânico.
– Duas noites em Windsor –
O presidente americano e a primeira-dama passarão as duas últimas noites de sua visita no Castelo de Windsor, uma das residências da monarquia britânica, a menos de 40 km de Londres.
“Dizem que o Castelo de Windsor é o máximo, então vai ser ótimo”, disse Trump antes de sua partida de Washington.
Após um almoço privativo com os dois casais reais, Donald e Melania Trump depositaram flores no túmulo da rainha Elizabeth II, falecida em setembro de 2022, na Capela de São Jorge, no castelo.
Um desfile aéreo, que deveria combinar aviões de combate britânicos e americanos, não pôde ser realizado devido às más condições meteorológicas, de modo que apenas a patrulha acrobática “Red Arrows” voou.
Charles e Camilla ofereceram como presente ao presidente americano a bandeira britânica que tremulou sobre o Palácio de Buckingham no dia de sua posse, 20 de janeiro.
Donald e Melania Trump presentearam os monarcas com uma réplica de uma espada pertencente ao ex-presidente dos EUA, Dwight D. Eisenhower, em memória à “parceria histórica que foi decisiva para a vitória na Segunda Guerra Mundial”, segundo um comunicado real.
– Manifestações –
Nos dois últimos dias da visita de Trump, todos os eventos serão realizados a portas fechadas, longe de multidões e de protestos contra a visita.
Na tarde desta quarta-feira, cerca de 5.000 pessoas, segundo a polícia, se manifestaram no centro de Londres contra Trump.
Em alguns dos cartazes dos manifestantes lia-se slogans como: “Os migrantes são bem-vindos, Trump não é bem-vindo” e “Não ao racismo, não a Trump”.
“Tenho medo de como o mundo está sendo invadido por homens realmente perversos”, comentou Jo Williamson, uma manifestante de 58 anos.
Também nesta quarta-feira, dezenas de curiosos e manifestantes se reuniram nas ruas ao redor do Castelo de Windsor.
“É normal que um presidente venha ao Reino Unido, e devemos dar as boas-vindas a Donald Trump”, disse Charlene Bryan, funcionária de 40 anos de uma creche.
Não muito longe dela, um cartaz dizia “Vergonha do governo por convidar o ditador Trump”.
Na terça-feira, o grupo “Led by Donkeys” (Liderados por Burros, em tradução livre) conseguiu projetar imagens de Trump e do agressor sexual Jeffrey Epstein em uma torre de Windsor.
O caso Epstein vem obscurecendo há semanas a presidência de Trump, que era um amigo próximo de longa data do financista.
– Encontro com Starmer –
Trump também não visitará Londres no último dia de sua visita, na quinta-feira.
Em vez disso, se reunirá com o primeiro-ministro Keir Starmer em sua residência oficial de campo, Chequers, a cerca de 70 km da capital.
O governo trabalhista britânico, economicamente debilitado e em meio a uma crise política, busca usar esta visita para anunciar diversos acordos.
Entre eles, está um investimento significativo de 30 bilhões de dólares (R$ 159 bilhões, na cotação atual) da empresa americana Microsoft.
A farmacêutica britânica GSK anunciou, nesta quarta-feira, um investimento de 30 bilhões de dólares ao longo de cinco anos nos Estados Unidos, principalmente em pesquisa e desenvolvimento.
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