Trump promete reduzir drasticamente preços dos medicamentos nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu reduzir drasticamente os preços dos medicamentos, para que correspondam aos que são pagos no exterior, e acusou a União Europeia (UE) de obrigar as empresas farmacêuticas a baixar os custos em seu território.
Segundo o decreto assinado nesta segunda-feira (12) por Trump na Casa Branca, os preços dos medicamentos devem cair pelo menos em 59%, e em alguns casos até 80% ou 90%.
Em mensagem em sua rede Truth Social detalhou que a redução dos custos dos medicamentos receitados nos Estados Unidos será compensada com preços mais altos em outros países.
Trump quer implementar a política de “nação mais favorecida”, que consiste em igualar o preço dos remédios vendidos nos Estados Unidos ao mais baixo pago por outros países pelo mesmo fármaco.
“Quem estiver pagando o preço mais baixo, esse é o preço que vamos conseguir”, disse Trump na Casa Branca.
O plano do presidente americano dependerá principalmente da boa vontade das farmacêuticas para negociar seus preços e poderá enfrentar desafios legais.
Segundo o magnata republicano, os consumidores americanos foram tratados como “imbecis”.
Criticou ainda a União Europeia, integrada por 27 nações, por fazer as empresas farmacêuticas reduzirem seus custos. “Foram realmente os países que obrigaram a Big Pharma a fazer coisas que, francamente, não sei se realmente se sentiam confortáveis fazendo, mas eles conseguiram”, disse Trump.
“A União Europeia foi brutal, brutal. E as companhias farmacêuticas me contaram histórias de como foram forçadas, o que foi brutal”, acrescentou.
– ‘Grupo de pressão mais poderoso’ –
Trump afirmou que ordenaria uma investigação sobre os países que “extorquem” as farmacêuticas “bloqueando seus produtos” se não aceitarem vender seus medicamentos a preços baixos.
Mas acrescentou que também está “fazendo isso contra o grupo de pressão mais poderoso do mundo: o lobby dos medicamentos e das farmacêuticas”.
O secretário de Saúde, Robert Kennedy Jr., que causou polêmica por seu ceticismo sobre as vacinas, elogiou o plano.
“Nunca houve um presidente mais disposto a enfrentar os oligarcas que Donald Trump”, disse ele na Casa Branca.
As companhias farmacêuticas defendem os altos preços. Argumentam que lhes permitem realizar pesquisas e desenvolver novos medicamentos.
A gigante farmacêutica Eli Lilly afirmou que também é essencial atuar contra as elevadas comissões que os intermediários cobram nos Estados Unidos, como os seguros de saúde e os hospitais.
“Mais de 60% do custo de um medicamento vai para os intermediários. Esperamos colaborar com o governo para reparar este sistema defeituoso e oferecer preços mais baixos diretamente aos consumidores”, declarou um porta-voz do laboratório.
– ‘Gananciosa’ –
O grupo de lobby Pharmaceutical Research and Manufacturers of America (PhRMA) afirmou que “importar preços estrangeiros de países socialistas seria um mau negócio para os pacientes e trabalhadores americanos”.
O senador da ala mais à esquerda do Partido Democrata Bernie Sanders questionou os argumentos de Trump.
“O problema não é que o preço dos medicamentos com receita seja muito baixo na Europa e no Canadá. O problema é que a indústria farmacêutica, extraordinariamente gananciosa, obteve mais de 100 bilhões de dólares [R$ 568 bilhões] em lucros no ano passado engando o povo americano”, declarou Sanders em comunicado.
Esta não é a primeira vez que Trump tenta reduzir os preços dos medicamentos nos Estados Unidos.
Durante o seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, ele anunciou uma proposta semelhante, mas seus planos falharam diante da forte oposição da indústria farmacêutica.
No mês passado, o presidente americano assinou um decreto com o objetivo de reduzir os preços dos medicamentos, dando aos estados mais liberdade para buscar acordos no exterior e melhorar o processo de negociação de preços.
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