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À procura do par perfeito

Cada vez mais suíços procuram namorados, amigos ou aventuras na Internet. Keystone

Sites de namoro e amizade se transformaram num negócio próspero na Internet. Na Suíça eles já têm mais de um milhão de pessoas registradas.

Os sites mais populares como “swissflirt”, “friendscout24”, “meetic” ou “singles.ch” facilitam a vida num país onde os habitantes são conhecidos pela timidez.

Com uma população de 7,4 milhões de pessoas na Suíça, sendo que cinco milhões estariam teoricamente em idade de “paquera” (acima dos 18), é possível imaginar que muitos dos usuários desses sites especiais não estão inscritos apenas em um. Conhecer pessoas através da Internet já não é vergonha, mas sim moda.

Os vinte sites de paquera mais visitados no mundo têm cerca de 90 milhões de visitantes por mês. A página “swissflirt.ch”, que se auto-intitula ser o maior site de encontros da Suíça, tem 90 mil mulheres registradas e o dobro de homens. Já outros sites helvéticos se especializaram em grupos especiais como negros, cristãos, gays e até mesmo aristocratas, ricos e diplomatas (www.lord.ch).

Experiências

– Isso é como uma droga: você fica viciado logo na primeira vez – afirma uma estudante suíça, que teve sua grande sorte no “swissflirt.ch”. Ela revela ao repórter da swissinfo como se envolveu nesse mundo virtual.

– Eu tinha que escrever meu trabalho de conclusão de curso. Mas nesse dia eu estava desanimada em casa, sem ter vontade de ir para a cidade ou me encontrar com os meus amigos. Sabia que não podia sair da frente do computador e por isso comecei a bater papo nos chats. Foi quando encontrei o rapaz que viria a ser meu namorado. Para ele também foi a primeira vez.

Seu pseudônimo é Tidy Heidi, pois ela prefere não ver publicado o nome verdadeiro. Essa jovem estudante suíça conta que também foi introduzida no “swissflirt” por uma das amigas:

– Ela também tinha que ficar em casa escrevendo sua tese – conta.

Porém os usuários dos chats não são apenas estudantes à procura de distração ou pessoas que sofrem de insônia.

– Lá a gente encontra pessoas como eu, que estão somente querendo se divertir e bater um papo simpático com alguém. Também existem aqueles que vêem essa tecnologia mais como um jogo. Por exemplo, eu já encontrei alguns homens que gostavam de se passar por mulher. Outros me abordaram falando diretamente de sexo. Isso é algo que eu acho extremamente pouco simpático – conta.

Cinismo saudável

Para as pessoas que não conhecem ou ainda não se acostumaram com o mundo dos chatrooms, esse ambiente anônimo e com a reputação de atrair pessoas solitárias deveria ser um argumento positivo para fazer o primeiro teste.

– Antes eu não sabia o que era paquerar pela Internet. Minha única certeza e que eu não queria encontrar meu futuro esposo dessa forma. Eu pensava: não, isso é coisa de desesperado! – justifica Tidy Heidi a mudança dos seus hábitos.

A verdade é que chatrooms e sites de paquera estão perdendo o seu estigma de última chance dos solitários. Jovens ou velhos, a certeza é que seus usuários estão à procura da mesma coisa: mais contato social.

Executivos estressados são um exemplo de usuário típico desses sites. Para eles a procura de maridos ou esposas funciona muito bem no mundo virtual da Internet. Muitos deles são pessoas que saíram de outros casamentos. O único risco para um divorciado é encontrar do outro lado da linha sua “ex”.

Apesar da popularidade crescente dos sites, é importante que o usuário mantenha a cabeça e uma espécie de cinismo saudável. É necessário saber como escrever um anúncio e selecionar os contatos. O risco é de cruzar com muitas das figuras estranhas que navegam na rede, ao invés de encontrar o príncipe encantado.

Decepções

Se uma pessoa entra no mundo dos chats e anúncios à procura de um relacionamento sério, ou pelo menos de uma aventura que possa se desenvolver em algo mais intenso, a realidade é que, cedo ou tarde, ele será obrigada a encontrar o parceiro virtual no mundo real.

– Nessa caso é grande o risco de ter uma decepção. É muito diferente trocar e-mails ou chatear com pessoas que você não conhece através do que tê-las na sua frente – admite Tidy Heidi, que mesmo assim já encontrou muita gente através da Internet.

Ela conta que após ter o primeiro contato no chatroom com seu atual namorado, os dois começaram a se telefonar. O primeiro encontro físico só ocorreu um mês depois.

Será que ela recomendaria esse tipo de paquera para as suas próprias amigas?

– Depende do que você está procurando. Se você não tem muitas expectativas, não acho uma má idéia tentar. Pode ser divertido, interessante, mas também desapontador – afirma.

Mas sem hesitar, completa:

– Mas é excitante!

swissinfo, Thomas Stephens

– A Suíça tem taxas mais elevadas de casamento e divórcio do que a média dos países da União Européia.

– De acordo com os dados de 2004 do Departamento Federal de Estatísticas, as mulheres suíças tinham uma idade média de 28,6 anos quando casaram pela primeira vez. Em comparação: 25,4 anos em 1970.

– Os homens tinham em média 30,8 anos no primeiro casamento.

– 39.500 casais firmaram o matrimônio em 2004 e 17.900 se divorciaram. As estatísticas oficiais mostram que 44% dos casamentos terminam em divórcio na Suíça.

Cerca de um milhão de pessoas utilizam na Suíça sites de namoro, paquera e amizade.
Os mais populares são “swissflirt”, “friendscout24”, “meetic” e “match.com”, tendo cada um uma média de 260 mil usuários registrados.
Nos sites, alguns dos serviços são gratuitos como o registro, a publicação de anúncios (incluindo imagens) e acesso às respostas. Porém alguns cobram para permitir o usuário a responder os anúncios.
Uma simples resposta no site “swissflirt” custa, por exemplo, 0.70 francos suíços (US$ 0.55). A inscrição no site (com direito a um número ilimitado de respostas) custa 4.90 francos por mês. O contrato mínimo é de seis meses.
Uma empresa de análises de mercado acredita que o mercado europeu para esse tipo de serviço está crescendo em 32% ao ano. Por volta de 2009, essas empresas devem estar gerando negócios em torno de 550 milhões de francos suíços.

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