Hospital suíço produz medicamento de bactérias fecais
Em Lausanne, na Suíça de língua francesa, a inflamação intestinal grave é tratada com comprimidos feitos de bactérias fecais. O Hospital Universitário do cantão de Vaud (Chuv) é o primeiro hospital suíço a receber aprovação para a produção de tais medicamentos a partir de fezes de doadores.
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Com a concessão da autorização de comercialização para o transplante de microbiota fecal (TMF) pela agência reguladora de medicamentos Swissmedic, o hospital se tornará o primeiro centro credenciado na Suíça, anunciou o hospital na segunda-feira.
Esse método envolve o transplante do conteúdo intestinal de um doador com bactérias saudáveis para o intestino danificado de outra pessoa. As pílulas fecais são usadas para tratar infecções intestinais com a bactéria clostridium difficil, uma doença que geralmente leva a diarreia grave. Essas infecções também têm uma alta taxa de recaída. De acordo com o Chuv, cerca de um em cada quatro pacientes adoece novamente após o tratamento.
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Tratamento eficaz
O tratamento de tais infecções com um transplante de microbiota fecal provou ser significativamente mais eficaz do que o tratamento convencional com antibióticos, de acordo com o hospital universitário. A taxa de recuperação é de até 95%, em comparação com 30% quando o tratamento é feito apenas com antibióticos.
Para produzir o medicamento, os funcionários do Chuv coletam amostras de fezes dos doadores e isolam as bactérias saudáveis no laboratório.
O processo de seleção dos doadores de fezes é rigoroso: apenas cerca de um em cada dez doadores em potencial é aceito, de acordo com o Chuv.
Os custos do tratamento com esse medicamento ainda não são cobertos pelo seguro de saúde. De acordo com o Hospital Universitário, uma solicitação nesse sentido foi enviada ao Ministério da Saúde suíço.
(Adaptação: Fernando Hirschy)
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