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Suíços anunciam descoberta contra mal de Parkinson

Novas perspectivas de tratamento da doença de Parkinson. Brain Imaging Center, University of California

Cientistas da Escola Politécnica federal de Lausanne e da Universidade de Genebra, associados a colegas americanos, conseguiram tratar eficazmente macacos de laboratório através de terapia genética. A experiência está na revista científica "Science".

Pela primeira vez, cientistas suíços e americanos conseguiram proteger e favorecer a regeneração de neurônios causadores da doença de Parkinson. A experiência começou há vários mas os resultados estão publicados na revista científica “Science” na edição de 27 de outubro.

As pesquisas foram dirigidas pelo Prof.Patrick Aebischer, da Politécnica de Lausanne e também participaram cientistas americanos e da Universidade de Genebra.

Em macacos de laboratórios doentes, tratados durante 8 meses, conseguiu-se não somente conter a evolução da doença mas recuperar todas as faculdades motoras que os animais haviam perdido.

Não são conhecidas as causas exatas da doença de Parkinson mas sabe-se que a degeneração de certas células nervosas é provoca a carência de dopamina, substância de transmite mensagens à zona do cérebro que controla a motricidade.
Daí a tremulação dos membros, a rigidez muscular e a paralisia progressiva, sintomas da doença.

Os tratamentos existentes até agora são paliativos e consistem na reposição artificial da dopalina carente no organismo, o que não interrompe o processo degenerativo dos neurônios.

A técnica escolhida pelos cientistas suíços foi tentar proteger ou recuperar os neurônios produtores de dopalina. Para isso utilizaram uma substância conhecida pelas inciais GDNF, já conhecida em laboratório, testada em ratos, e que funciona como estimulante do crescimento de neurônios, embora com efeitos secundários importantes.

Com a terapia genética, os cientistas suíços isolaram um gene GDNF e o embalaram com um “envelope biológico” para não contaminar outras células do cérebro e atingir somente os neurônios produtores de dopalina.

A experiência foi feita no Centro Médico de Chicago, que têm um grande número de primatas para testes, com macacos idosos e jovens, doentes de Parkinson. Os resultados foram tão positivos que os cientistas acham que um tratamento poderá ser aplicado ao Homem em menos de 10 anos.

Na Europa, a estimativa de doentes de Parkinson é de 1,6 p/cento da população com mais de 65 anos. Um em cada dez casos é de pessoas com menos de 50 anos. Em 1990, havia 4 milhões de pessoas no mundo sofrendo da doença.

O mal de Parkinson é conhecido desde a época bíblica mas foi diagnosticado pela primeira vez em 1817 pelo cientista James Parkinson.

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