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Obra de Piazzolla estreada em Berna

Obra importante do repertório latino-americano swissinfo.ch

A ópera-tango "María de Buenos Aires", do compositor argentino, Astor Piazzolla, é estreada na capital suíça. A obra - uma homenagem ao espírito da capital Argentina, simbolizado em Maria - conserva a versão original e introduz o balé. A direção musical é de Daniel Zisman, 1° violino da Orquestra Sinfônica de Berna e a coreografia traz a marca do brasileiro Antonio Gómez. As apresentações vão até dia 30.

A ópera tango – que Astor Piazzola chamou de “tango operita” – é baseada em texto do poeta argentino Horacio Ferrer.

Obra dos anos 60

O largo poema surrealista portenho trata da figura de Maria no somente como mulher, como também um símbolo da alma da capital argentina, cidade fundada em 1536 e batizada de Santa María de los Buenos Aires.

Astor Piazzola (1921 – 1992) a compôs em 1968. A estréia foi ainda nos anos 60. O Teatro Municipal de Berna (Stadtheater) apresenta “Maria de Buenos Aires”, pela primeira vez em versão original, mas com balé.

Enredo

Maria vive em bairro de Buenos Aires. Depois de desprezar o amor de um jovem sonhador do próprio bairro, é conquistada por um bandônion (bandoneón) que a transporta à vida noturna de deboche e decadência. Com a morte de Maria, um duende (o narrador) destrói o bandônion, símbolo do mal. Maria ressuscita e dá à luz uma nova Maria.

“Por sua perfeição e beleza, e pelo momento criativo de seu autor, Maria de Buenos Aires é um dos pontos mais altos da criação musical sul-americana e rio-platense”, afirma, entusiasmado, Daniel Zisman, diretor musical do espetáculo.

Variedade de matizes musicais

Piazzolla compôs uma ópera que combina tango e variadas atmosferas musicais, à poesia, o visual e a riqueza instrumental. Tango, milonga, jazz, polca, música sinfônica e até música religiosa revelam a variedade da partitura de “María de Buenos Aires”. Por isso mesmo, a obra é considerada uma das mais importantes do repertório latino-americano e do mesmo Piazzolla.

Os suíços adoram o tango. Mas que interesse pode ter para o público do país, o que o autor chama “operita en dos partes?” A resposta de Daniel Zisman: “Tem interesse muito especial porque contém tantos elementos de música clássica européia e a linguagem de Piazzolla é tão aberta que permite ao público uma fácil identificação”.

Elenco

A realização do espetáculo está a cargo de Felix Dumeril, diretor do conjunto de Balé do Teatro da Ópera de Berna (Stadtheater) que interpreta a peça. A coreografia sóbria e eficaz é do brasileiro Antonio Gómez. Encenação de Bert de Raeymakers, vozes de Silvana Deluigi, Andrés Ramos e Raúl Valdez.

Para a execução musical, Daniel Zisman – líder do “Quinteto 676 Nuevo Tango” e com rica experiência na obra de Piazzolla – convidou outros 6 intérpretes que formam uma excepcional orquestra de câmara com cordas, percussão e flauta.

Daniel Zisman, primeiro violino da Orquestra Sinfônica de Berna, sonha com a possibilidade levar sua interpretação a outros palcos da América Latina, em particular, naturalmente, a Buenos Aires, capital argentina e capital mundial do tango.

Jaime Ortega

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