Polícia intervém após confrontos entre 200 eritreus em Zurique
Um dia após o aniversário da tomada do poder na Eritreia pelo atual governante Isayas Afewerki, protestos e confrontos eclodiram em várias cidades no sábado: em Tel Aviv, Israel, em Bergen, Noruega, e em duas cidades na Suíça. Várias pessoas ficaram feridas.
Na cidade de Opfikon, no cantão de Zurique, a polícia cantonal realizou uma operação de grande escala na noite de sábado, após um violento confronto entre dois grupos de eritreus.
A polícia conseguiu separar os dois grupos e interromper a reunião. Originalmente, a reunião deveria ter ocorrido no cantão de St Gallen, disse o porta-voz da polícia Ralph Hirt à agência de notícias Keystone-SDA. Alguns dos participantes foram de carro de lá para Opfikon.
Operação policial em grande escala
Policiais com equipamento de proteção foram enviados ao Glattpark em Opfikon, de acordo com repórteres da televisão pública suíça SRF. Até 30 carros de patrulha da polícia e ambulâncias chegaram depois que o alerta foi acionado, segundo outros meios de comunicação. Um helicóptero de resgate Rega e um helicóptero da polícia também foram enviados.
Vídeos na Internet mostram como os policiais às vezes usavam spray de pimenta. Mais tarde, vários manifestantes foram cercados, aparentemente para protegê-los de outro grupo. De acordo com o tabloide Blick, a situação se acalmou por volta das 20h30 e a multidão se dispersou.
Em Oberuzwil, cantão de St. Gallen, um festival da Eritreia foi realizado no sábado, apesar dos avisos das autoridades. O festival foi organizado para comemorar o início da guerra de independência da Eritreia.
Na cidade norueguesa de Bergen, oponentes e apoiadores do governo da Eritreia se atacaram com pedras e garrafas na tarde de sábado. A polícia também foi atacada. O incidente foi provocado por um festival de partidários do governo da Eritreia.
Também houve fortes confrontos entre a polícia e migrantes da Eritreia em Tel Aviv, em Israel. Pelo menos 150 pessoas ficaram feridas. Centenas de eritreus protestaram contra o governo em frente à embaixada da Eritreia, rompendo barreiras policiais, informou a mídia israelense.
Na Alemanha, houve tumultos em um festival da Eritreia em Giessen em julho, com pelo menos 26 policiais feridos. Os oponentes do evento atacaram as forças de segurança.
Em Estocolmo, houve tumultos violentos em um festival da Eritreia em agosto, com mais de 50 pessoas feridas.
Na Eritreia, o presidente Isaias Afewerki governa em uma ditadura de partido único. A liberdade de expressão e a liberdade de imprensa são severamente restringidas. Além disso, há um sistema rigoroso de serviço militar e trabalho forçado, do qual muitos eritreus fogem para o exterior.
Várias dezenas de pessoas da Eritreia queriam impedir que o festival, onde os apoiadores de Afewerkis planejavam se reunir, fosse realizado. Elas viajaram de toda a Suíça para fazer isso. A polícia enviou um grande contingente. Aparentemente, muitos dos participantes se mudaram mais tarde para Opfikon.
Para muitos críticos do regime, comemorar a independência ignorando a ditadura não é uma opção. “Fugimos do regime aqui para a Suíça e estamos protegidos aqui. Não é possível que o regime nos persiga e faça vídeos e festivais de propaganda aqui”, disse o manifestante Yeman Yohannes à SRF.
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