Maior parte da soja importada pela Suíça veio da Europa

Keystone / Andre Penner

A soja é uma ração comum para animais na Suíça. As importações vêm de produção certificada como livre de transgênicos, principalmente da Ucrânia e Itália. Porém frente aos problemas enfrentados pelos dois países, o Brasil pode voltar a ser um importante fornecedor.

A Suíça importou 270 mil toneladas de farelo de soja em 2022. Aproximadamente 92% dos grãos foram produzidos na Europa. O restante veio do Brasil. Dez anos atrás, a situação era inversa.

“A importação de fornecedores europeus torna a soja para ração mais ecológica”, afirma Salome Hofer, presidente da Rede de Soja da Suíça, que promove importações sustentáveis. Dois países exportadores estão no centro das atenções: “Quase metade vem da Itália e outros 19% vêm da Ucrânia.”

Ucrânia apesar da guerra

“Apesar da guerra, conseguimos com muito esforço importar a soja da Ucrânia no ano passado”, explica Hofer. As exportações foram feitas por caminhão, trem ou navio através do Mar Negro. Os detalhes não foram divulgados por exportadores como a empresa agrícola americana Archer Daniels Midland ADM. O que é certo, no entanto, é que as consequências da guerra foram sentidas em todo o mundo. Os preços dos produtos agrícolas, como a soja, aumentaram significativamente.

A Ucrânia não é apenas um importante exportador de farelo de soja para a Suíça, mas para toda a Europa. A empresa comercializadora Donau-Soja manteve um escritório em Kiev mesmo após o início da guerra.

“Eles formam os agricultores no cultivo de soja livre de transgênicos para o mercado europeu”, diz Julia Weihs, da Donau-Soja. “Em 2022, 3,7 milhões de toneladas de soja foram produzidas na Ucrânia, apesar da guerra”. A área de cultivo na Ucrânia até aumentou em relação ao ano anterior.

Especialmente em tempos de guerra, o grão desempenha um papel importante na agricultura ucraniana, pois requer pouco fertilizante nitrogenado, explica Weihs. Isso reduz os custos para os agricultores, considerando o aumento dos preços dos fertilizantes. A quantidades de soja a ser colhidas e exportada depende do andamento da guerra.

Seca na Itália

Os produtores italianos sofrem com problemas climáticos. A falta de água afeta a produção, o que pode influenciar as importações suíças, explica Fortunat Schmid, da Fenaco. No entanto, “sempre houve flutuações na produção dos diferentes países”. Como alternativa, a cooperativa suíça considera importar soja da Alemanha ou Brasil. Porém ainda não está claro se a Suíça poderá continuar a contar com a soja ecológica europeia em sua maior parte neste ano ou se as importações do Brasil voltarão a aumentar.

Adaptação: Alexander Thoele