Tratado de paz negociado na Suíça é assinado em Moçambique
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, à esquerda, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, na terça-feira
Keystone / Andre Catueira
Um acordo de paz "histórico" entre o governo e as forças da oposição foi assinado em Moçambique. A diplomacia suíça foi fundamental na mediação do acordo.
Este conteúdo foi publicado em
3 minutos
English
en
Swiss-brokered peace treaty signed in Mozambique
original
Vinte e sete anos após o fim da guerra civil na África Oriental, líderes do governo e do principal grupo da oposição assinaram um acordo na terça-feira (6) em Maputo – a terceira tentativa para garantir uma paz duradoura.
Presente na cerimônia, o ministro suíço das Relações Exteriores, Ignazio Cassis, disse que foi “um dia histórico” que dará um impulso à construção da estabilidade em Moçambique e na região circundante.
Cassis saudou os esforços dos diplomatas suíços que assumiram a presidência do grupo de contato internacional que facilitou as conversações entre o partido no poder e a oposição da Renamo após o início da violência em 2013.
As negociações lideradas pela Suíça levaram a um cessar-fogo temporário em 2016, seguido de um compromisso mais duradouro para acabar com os combates um ano mais tarde e, finalmente, ao acordo de paz de terça-feira.
“A Suíça mais uma vez deu uma contribuição fundamental através de seus bons ofícios e neutralidade, e especialmente seus excelentes profissionais diplomáticos”, acrescentou Cassis.
Desenvolvimento de esforços
O tratado chega poucos meses antes das eleições nacionais de outubro, que os analistas dizem que será um teste para a sua viabilidade. A Renamo comprometeu-se a desarmar, mas a reintegração total dos seus antigos combatentes nas forças de segurança ou na vida civil levará algum tempo.
Cassis prometeu que a Suíça continuaria a apoiar Moçambique enquanto enfrenta novos desafios: conter uma insurreição islâmica no norte, bem como se recuperar de um ciclone devastador que atingiu o país no início de 2019.
Na quarta-feira, o ministro suíço visitou vários projetos humanitários suíços no centro do país, uma região particularmente afetada pelo ciclone Idai, que deixou mais de 1.000 pessoas mortas.
Moçambique, que conquistou a independência do domínio colonial português em 1975, continua a ser uma das nações mais pobres do mundo, mas está finalmente começando a explorar enormes jazidas de carvão e gás natural.
Várias empresas multinacionais estão atualmente competindo pelo direito de desenvolver um enorme campo de gás ao largo da costa norte do país, que poderá valer cerca de 30 bilhões de dólares.
Mostrar mais
Mostrar mais
O desafio de uma catástrofe dupla para a ajuda humanitária suíça em Moçambique
Este conteúdo foi publicado em
A magnitude da catástrofe dupla tornou-se evidente numa quinta-feira à tarde, em abril. Gabriela Friedl, especialista em água da Unidade da Ajuda Humanitária Suíça (SHA, ou Swiss Humanitarian AidLink externo), estava sentada em veículo off-road cinzento com um telefone celular no ouvido e o outro nos joelhos. Juntamente com a sede em Berna e a…
O mercado da longevidade está em plena expansão, graças, em parte, aos avanços na ciência do envelhecimento. O que você acha da ideia de estender a expectativa de vida?
Na Suíça, falta moradia e os aluguéis disparam. A imigração cresce, mas a construção não acompanha. Gentrificação avança e a crise habitacional se agrava. Acontece o mesmo onde você vive?
Lobby empresarial suíço reage a acordo comercial entre EUA e UE
Este conteúdo foi publicado em
A associação empresarial suíça Economiesuisse considera o acordo entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos sobre tarifas como um acordo de limitação de danos.
PMEs suíças enfrentam dificuldades para encontrar pessoal
Este conteúdo foi publicado em
As pequenas e médias empresas (PMEs) suíças estão enfrentando dificuldades para encontrar pessoal, um problema agravado pelo aumento do poder de negociação dos funcionários e pelo aumento do absenteísmo.
Este conteúdo foi publicado em
Um estudo realizado na Universidade de Zurique demonstrou que, quando os animais tomam decisões pelo seu grupo, seus corações batem mais rápido.
Este conteúdo foi publicado em
O artista franco-suíço Saype criou uma nova pintura gigante no cume do Grand Chamossaire, acima de Villars-sur-Ollon, no cantão de Vaud.
Mercado de “carne vegetal” continua crescendo na Suíça
Este conteúdo foi publicado em
O mercado suíço de substitutos da carne à base de plantas tem um valor potencial de cerca de CHF 242 milhões este ano, embora continue a ser um mercado de nicho.
Este conteúdo foi publicado em
O número de vagas de emprego caiu 3% em relação ao mesmo período do ano anterior, após uma ligeira recuperação no mercado de trabalho no início do ano.
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.
Consulte Mais informação
Mostrar mais
O novo representante especial da ONU em Moçambique é um suíço
Este conteúdo foi publicado em
Em comunicado de terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros saudou a decisão “que reconhece o compromisso de longa data da Suíça para com a ONU e sublinha o seu papel ativo no processo de paz em curso em Moçambique”. + Ministério das Relações Exteriores da Suíça: MoçambiqueLink externo No seu novo papel, ManzoniLink externo prestará…
Este conteúdo foi publicado em
A organização não-governamental APOPO Link externo, com sua fundação em Genebra, recebe cerca de um terço do seu orçamento anual de 4,5 milhões de francos suíços de doadores e organizações suíças. A ONG foi criada pelo cientista belga Bart Weetjens que, em 1995, teve a ideia de treinar ratos para detectar minas terrestres e rastrear a…
ONGs pedem perdão da dívida moçambicana a grandes bancos
Este conteúdo foi publicado em
Moçambique deve um bilhão de dólares ao Credit Suisse (CS). Diversas organizações de ajuda humanitária como Helvetas, Keesa, Solidar Suisse e Terre des Hommes enviaram uma carta a Tidjane Thiam, reivindicando que o banco renunciasse ao reembolso. O diretor-presidente do UBS nasceu na Costa do Marfim e foi educado na França, onde também completou seus estudos. Martin…
Este conteúdo foi publicado em
Uma equipe de especialistas da Ajuda Humanitária SuíçaLink externo chegou no início da semana em Maputo, a capital de Moçambique para avaliar a situação, declarou o ministério suíço das Relações Exteriores. Consigo trouxeram 12 toneladas de material. O vice-embaixador suíço em Moçambique, Leo Näschler, declarou que o ciclone causou mais danos do que inicialmente foi…
Este conteúdo foi publicado em
Esse documento define as condições jurídicas para a ajuda humanitária, técnica e financeira dadas pela Suíça a Moçambique e foi assinado pelo ministro suíço das Relações Exteriores, Ignazio Cassis, e seu homólogo moçambicano José Condungua Pacheco. Moçambique é um dos países mais pobres no mundo e faz parte do grupo prioritário de ajuda da Cooperação…
Veja aqui uma visão geral dos debates em curso com os nossos jornalistas. Junte-se a nós!
Se quiser iniciar uma conversa sobre um tema abordado neste artigo ou se quiser comunicar erros factuais, envie-nos um e-mail para portuguese@swissinfo.ch.