Xherdan Shaqiri fazendo o gesto da águia de duas cabeças, que lhe custou CHF 10.000
Keystone
Três jogadores suíços foram multados pela FIFA por "comportamento antidesportivo contrário aos princípios do fair-play". Talvez surpreendentemente, não é a primeira vez que os suíços tomam uma reprimenda das autoridades.
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Escrevo artigos para a redação Suíça do estrangeiro e sobre curiosidades do país, bem como produzo resumos diários e semanais. Também traduzo e/ou edito artigos para a redação de língua inglesa. Também faço locução de vídeos.
Nasci em Londres, sou formado em alemão e linguística. Fui jornalista de The Independent antes de me mudar para Berna, em 2005. Falo todas as três línguas oficiais suíças e gosto de viajar pelo país e praticá-las, principalmente nos pubs, restaurantes e lojas de sorvete.
Poderia ter sido pior, disseram os fãs suíços na segunda-feira. A FIFA, entidade que rege o futebol mundial, podia ter banido Xherdan Shaqiri, Granit Xhaka e o capitão Stephan Lichtsteiner por fazer gestos provocativos de um símbolo nacional albanês para comemorar os gols da Copa do Mundo contra a Sérvia. No fim das contas, eles foram multados em até CHF 10.000 (US$ 10.130) cada e receberam uma advertência.
Alex Frei, no entanto, foi banido por três jogos por cuspir em um adversário durante a Eurocopa de 2004. Frei, que se tornou o artilheiro da Suíça, se desentendeu com o meia Steven Gerrard, da Inglaterra, e cuspiu no seu pescoço.
Alex Frei limpando a garganta – e sua agenda – por três partidas
KEYSTONE/SRF
Não só Frei, mas também a Federação Suíça de Futebol (SFA) se saíram mal do sórdido “Spuckaffäre” (caso do cuspe). A SFA foi acusada de tentar encobrir o incidente e obrigar Frei a mentir sobre isso. Um relatório independente não encontrou evidências de que fosse este o caso, mas concluiu que a SFA poderia ter agido mais profissionalmente na maneira como lidou com o assunto.
A SFA também se lascou em 1995, quando a Suíça enfrentou a Suécia em Gotemburgo em uma partida pelas eliminatórias para a Copa da Europa de 1996. Quando as primeiras notas do hino nacional suíço começaram a soar, alguns jogadores suíços, liderados por Alain Sutter, estenderam uma faixa dizendo “Pare com isso, Chirac” – uma referência aos testes nucleares realizados na véspera no Pacífico Sul pelo governo francês do presidente Jacques Chirac.
A ação de Sutter não resultou em nenhuma sanção – seja da SFA ou da UEFA, órgão que controla o futebol europeu. No entanto, isso fez com que a UEFA introduzisse uma proibição estrita de ações e declarações políticas.
E no caso de gestos com as mãos? Em 2012, Ottmar Hitzfeld, técnico da Suíça na época, teve uma divergência de opinião com o árbitro espanhol durante uma partida das eliminatórias da Copa do Mundo com a Noruega, e mostrou a ele o dedo médio. Ganhou uma suspensão de dois jogos.
Ottmar Hitzfeld explicando seu ponto de vista
Keystone
Uma última disputa polêmica envolvendo a Suíça – embora uma em que os suíços foram (principalmente) vítimas inocentes – ocorreu em Istambul em 2005.
No apito final das eliminatórias da Copa do Mundo contra a Turquia, as duas equipes correram do campo para escapar de fãs furiosos, e imagens de televisão mostram uma confusão entre os jogadores no túnel para os vestiários. O zagueiro suíço Stéphane Grichting foi ferido e hospitalizado com uma lesão na virilha. Imagens do técnico turco Fatih Terim, encorajando furiosamente seus jogadores a atacarem os suíços, deram a volta ao mundo.
O jogador turco Tekke Fatih (de branco) agarra o suíço Raphael Wicky pelo pescoço
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A Fifa determinou que a Turquia deveria jogar suas próximas seis partidas oficiais programadas para acontecer em casa (i.e., na Turquia), a portas fechadas e em campo neutro. A decisão também incluiu uma multa de CHF 200.000 (US$ 154.000 na época).
Além disso, dois jogadores turcos foram suspensos por seis partidas. Uma punição semelhante foi dada ao suíço Benjamin Huggel, que admitiu chutar o técnico-assistente turco.
Na Suíça, cresce o número de pacientes encaminhados para terapias eletroconvulsivas ou psicoterapia assistida por psicodélicos. E por aí, existem abordagens semelhantes?
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