Um clube de ginásetica de uma colônia suíça na Argentina.
Legado suizo en el Bicentenario argentino/Camara de Comercio Suizo Argentina, 2010
A Organização dos Suíços do Estrangeiro é incontornável ao se tratar dos suíços que vivem fora das suas fronteiras. De fato, ela representa centenas de clubes suíços no exterior. Quais são precisamente os critérios para fazer parte dela? Explicações.
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Sou o principal responsável pela tradução, revisão e publicação de artigos para a SWI swissinfo.ch. Ocasionalmente, também escrevo resenhas de imprensa e artigos originais sobre "curiosidades suíças" - as coisas que tornam a único esse país.
Depois de estudar história e estudos religiosos, comecei minha carreira jornalística na Rádio Friburgo. Depois de um período na Agência Telegráfica Suíça, entrei para a SWI swissinfo.ch em 2000, onde me especializei em política federal e história. Agora, traduzo, reviso e produzo artigos.
Para quem não sabe, a Organização dos Suíços do Estrangeiro (OSELink externo), que celebra atualmente seu centésimo aniversário, pode ser vista como um organismo bastante monolítico. Mas o fato é que a OSE se caracteriza, acima de tudo, pela grande diversidade dos seus membros.
Ela reagrupa aproximadamente 750 clubes e associações suíças em todo o mundo. São organizações econômicas, grupos folclóricos, de amigos ou ainda clubes de “jass”, um jogo de cartas tipicamente suíço. “O objetivo deles é bastante diverso”, declara Ariane Rustichelli, codiretora da OSE.
Critérios a respeitar
Mesmo as seções estrangeiras dos partidos políticos podem ser reconhecidas pela OSE. Todavia existem limites e regras especificas. “Para ser aprovado pelo Conselho de Suíço do Estrangeiro, um clube não pode fazer demagogia, ser uma seita ou qualquer coisa semelhante”, completa Rustichelli.
Também existem critérios mínimos. Em primeiro lugar, é necessário haver uma identificação com os fins básicos da OSE, que é de promover os laços entre os expatriados e a Suíça. Além disso, existem critérios mais objetivos e quantificáveis. Os clubes devem ter pelo menos sete membros, ter no mínimo 50% de cidadãos suíços e ser dirigidos por um comitê, este mesmo composto em sua maioria por cidadãos suíços (a cidadania suíça é obrigatória para o presidente).
Enfim, um clube que deseja fazer parte da OSE deve ser afiliado à federação nacional de clubes suíços do país em questão, desde que esta exista. “Essas organizações nacionais são muito importantes, pois fazem a ligação entre todos os clubes”, diz Rustichelli.
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Essa regra é flexível. “A OSE revisou uma parte dos seus estatutos e vai seguramente aceitar clubes associados. Isso significa que clubes em alguns países poderão ser reconhecidos pela OSE sem ser membros das federações nacionais. A única diferença é que seus representantes não poderão participar da eleição dos delegados do Conselho dos Suíços do Estrangeiro, definido muitas vezes como o “Parlamento da Quinta Suíça”, reunido na sexta-feira (5 de agosto de 2016) em Berna.
Essa restrição pode cair. A OSE gostaria de expandir a base eleitoral para todos os suíços do estrangeiro e já trabalha nesse dossiê. De fato, os clubes suíços representam apenas entre 2 e 4% dos suíços do estrangeiro, como lembra Remo Gysin, presidente da OSE.
Jovens são o futuro
O futuro da OSE depende também da vitalidade dos clubes que a constituem. Mas na Suíça, assim como no exterior, muitas associações lutam para atrair seus membros. Para a OSE, o desenvolvimento vai nas duas direções. “Alguns clubes, cuja orientação interessam menos os jovens, tendem a desaparecer. Porem novos surgem constantemente. O caso da Itália é considerado bastante interessante, pois a federação local criou uma seção para os jovens com uma vitalidade surpreendente.”
“Os jovens devem definir os temas que lhes interessam e se organizar de forma autônoma”, continua. “Eles são interessados, o que permite surgir uma nova geração. É o que constatamos na Itália, mas também com o Parlamento dos Jovens Suíços do Estrangeiro. Quando os jovens assumem o comando, as coisas funcionam.”
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