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ONU denuncia crescente violência contra ex-combatentes das FARC na Colômbia

Manifestação exige o cumprimento do acordo de paz, na praça Bolívar, em Bogotá, em 03 de novembro de 2020. afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 07. janeiro 2021 - 23:35
(AFP)

A ONU denunciou nesta quinta-feira(7) a crescente violência enfrentada por ex-combatentes das FARC no processo de reinserção à vida civil em uma área do sul da Colômbia onde operam dissidentes da guerrilha dissolvida.

Desde a assinatura do acordo de paz em novembro de 2016, o órgão que supervisiona a reintegração de cerca de 7.000 ex-guerrilheiros documentou 248 assassinatos de ex-combatentes, 73 deles em 2020.

As condições de segurança desses homens e mulheres "pioraram consideravelmente nos últimos meses" na zona de fronteira dos departamentos de Meta, Caquetá e Guaviare, indicou a missão de verificação do acordo de paz das Nações Unidas em seu relatório trimestral.

Nessas regiões, onde a presença do Estado "é limitada", os rebeldes que não aderiram ao pacto de paz "ameaçam e atacam ex-combatentes (...) pondo em risco o processo de reinserção", afirma o documento.

Um exemplo dessa deterioração é que a maioria dos assassinatos de ex-guerrilheiros ocorreu no ano passado em Meta (11), seguido por Valle del Cauca (8) e Cauca (8), no sudoeste.

Cerca de 2.300 combatentes distribuídos em diversos grupos constituem os chamados dissidentes das ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC, que se afastaram do histórico acordo de paz e se dedicam principalmente ao narcotráfico e à mineração ilegal, segundo a inteligência militar.

Segundo o relatório, a violência é ainda maior contra ex-guerrilheiros que realizam seu processo de reincorporação fora dos Espaços Territoriais de Treinamento e Reincorporação (ETCR), inicialmente previstos no acordo e fortemente resguardados pela força pública, onde apenas cerca de 2.500 ex-combatentes permanecem.

Cerca de 35% dos assassinatos registrados em 2020 ocorreram dentro ou nas proximidades de "novas" áreas de reincorporação, onde "não há instalações de segurança específicas", diz a agência.

Segundo a ONU, “a presença limitada do Estado, as atividades econômicas ilícitas e a presença de grupos armados ilegais” em áreas desocupadas pela guerrilha são os principais fatores que explicam a “violência contínua” em áreas de recuperação de ex-combatentes.

Até agora, a acusação obteve 34 condenações no âmbito das investigações de 289 ataques contra rebeldes que depuseram as armas.

Embora o pacto de paz tenha reduzido a violência política, a Colômbia vive um conflito que em quase 60 anos deixou mais de nove milhões de vítimas, principalmente deslocadas.

O país enfrentou em 2020 uma das piores ondas de violência desde a assinatura do acordo, com 90 massacres relatados pelo Observatório Independente Indepaz, que o governo atribui a grupos financiados pelo tráfico de drogas.

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