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Argentina aproveita a Cúpula do G20 para exibir seu patrimônio

Teatro Colón de Buenos Aires afp_tickers

Mesmo em meio a uma crise econômica, a Argentina procurará expor seus atributos aos flashes da imprensa de todo o mundo, exibindo seu patrimônio e o melhor de sua gastronomia nas atividades que fazem parte da Cúpula do G20.

Nesta sexta-feira, no final da tarde, os líderes e seus acompanhantes participarão de um espetáculo cultural no Teatro Colón, inaugurado em 1908 em plena Belle Époque e restaurado em 2010.

Devido a suas excepcionais condições arquitetônicas e acústicas, é comparável ao Scala de Milão ou a Ópera de Paris.

O salão principal – um dos maiores do mundo – combina o neorrenascentismo italiano e o barroco francês. Lá, os convidados verão um espetáculo que sintetiza a identidade local em um tour de músicas e danças tradicionais.

Em seguida, um jantar será oferecido no Salão Dourado do teatro, que imita o Salão dos Espelhos do Palácio de Versalhes.

O cardápio também mostrará a riqueza local: rolinhos de caranguejo da Terra do Folog e lombo bovino – o corte argentino mais apreciado e procurado – como prato principal. Tudo isso regado a bons vinhos nacionais.

Neste primeiro dia da cúpula também começa o programa da primeira-dama anfitriã, Juliana Awada, que receberá os acompanhantes dos presidentes em um almoço em Villa Ocampo, uma impressionante mansão doada pela escritora Victoria Ocampo à Unesco em San Isidro, a localidade escolhida pelos aristocratas portenhos para passar o final de semana em épocas passadas.

Outro dos principais lugares do G20 é o CCK (Centro Cultural Kirchner). Lá, o presidente Mauricio Macri se encontrará no sábado com seu colega japonês, Shinzo Abe.

Este é o antigo edifício do Correio Central, a poucos metros da Casa Rosada, que ganhou vida nova como centro cultural em 2015 e recebeu muitas reuniões este ano.

– Palácio escolhido por Trump –

Junto a um jardim de perfeita simetria, impõe-se a fachada do Palácio de Duhau, que reproduz o Chateau du Marais, um castelo francês da época de Luís XVI, perto de Paris.

No interior, um piso de mármore emula o design do Petit Trianon de Versalhes. As luminárias com gotas de cristal são encontradas em todos os cômodos.

Esta residência da década de 1930, transformado no Hotel Park Hyatt, é o local escolhido por Donald Trump para sua estadia me Buenos Aires.

A construção localizada na luxuosa Avenida Alvear é um dos muitos expoentes da riqueza que o porto gerou para algumas famílias em Buenos Aires no início do século XX.

No total, existem entre 30 e 40 palácios espalhados nos bairros do Retiro e da Recoleta, segundo o Ministério da Cultura da capital.

Esta residência pertenceu a Luis Duhau, ministro da Agricultura e Pecuária entre 1933 e 1935, que respondeu ao estilo acadêmico francês neoclássico sem poupar detalhes. As paredes de sua escrivaninha, por exemplo, estavam cobertas com painéis de carvalho trazidos da Normandia, estimados entre os anos 1500 e 1600.

– Macron e a livraria mais cult –

Buenos Aires é conhecida por suas livrarias. Entre elas, o presidente francês Emmanuel Macron escolheu El Ateneo Grand Splendid para se reunir com um grupo de escritores na quinta-feira.

Inaugurado em 2000, é o maior da América Latina, com 90 mil títulos e mais de 200 mil livros, distribuídos em seus três andares e subsolo.

O Grand Splendid, construído para ser um teatro em 1903, tem sido uma casa de inovação desde a sua criação. Lá foram feitas as primeiras transmissões de rádio na década de 1920 e, pouco depois, foi criada uma gravadora que imortalizou artistas que brilhavam no palco.

O famoso cantor de tango Carlos Gardel, assim como os artistas e escritores como Ernesto Sábato, Paul Auster e Mario Vargas Llosa, deixaram sua marca no lugar que hoje continua promovendo a literatura e a cultura em suas prateleiras e seu palco.

Além de Buenos Aires, 60 reuniões do G20 durante a presidência argentina do fórum terão diferentes sedes, em uma grande variedade de destinos que em 2017 atraíram 6,7 milhões de turistas.

A caminho da cúpula, mais de 4.000 delegados e convidados participaram de reuniões na região vinícola de Mendoza; na patagônica Bariloche; Ushuaia, o mais austral do mundo; Iguazú, conhecida por suas cachoeiras e outros destinos no centro e norte da Argentina.

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